quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Para Deus nós somos o perfume de Cristo

“Mas graças a Deus, que sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo e por nosso intermédio exala em todo lugar a fragrância do seu conhecimento; porque para Deus somos o aroma (perfume) de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles fragrância de vida. Mas, quem está capacitado para tanto? Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus.”
A fé cristã não está desconectada do nosso cotidiano, ela é tão relevante para nos trazer esperança quanto para vivermos bem no presente, nos acontecimentos ordinários da vida. Deus não está apenas interessado em trazer salvação para nós num futuro distante, mas hoje mesmo, no presente, Ele está comprometido em trazer redenção para a nossa vida, àquilo que Jesus chama de ‘vida abundante’ (João 10:10), ou seja, viver com qualidade, com valor e significado eterno.

O apóstolo Paulo compreendeu isso tão bem, que de forma poética se autodenomina um perfume de Cristo, a exalar por todo lugar que passa, com quem convive, aonde trabalha, em qualquer ambiente, a preciosa fragrância do conhecimento de Jesus. Sendo mais claro, Paulo percebeu que a fé que possuía em Jesus orientava a sua vida, e a obediência associada ao sentimento de pertencimento a algo maior, o reino de Deus, não apenas trazia a Ele perdão e dignidade, mas também a honra de viver e promover os valores desse Reino.

O modelo que Deus escolheu para se revelar e trazer redenção, passa diretamente pelo relacionamento entre os homens. O conteúdo do Evangelho (a vida, morte e ressurreição de Jesus) é tão poderoso e transformador, que qualquer pessoa que genuinamente se submeter ao governo de Deus irá automaticamente transformar-se em um perfume de Jesus (testemunha de Jesus). E essa é a incumbência destinada a nós cristãos, que através de uma vida simples e piedosa, cada um comunique os valores do reino de Deus, para que os outros vendo glorifiquem a Deus (Mateus 5:16).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Trocando idéias


Recentemente eu recebi um e-mail de um amigo fazendo uma pergunta sobre casamento misto, entre cristãos e não cristãos, o que eu achava. Segue o início do bate-papo.

Pedro boa tarde
Tudo bem?
Tomo a liberdade e gostaria de fazer uma pergunta a respeito da Bíblia. Quando a Bíblia diz sobre o casamento misto, que o cristão deve se casar apenas com cristão. Ela diz como um conselho ou um mandamento? Se ela diz como um mandamento, desobedecer a isto é um pecado? Qual é a sua opinião ?

Abraços
José (nome fictício)

Oi José. Se eu estiver certo vocês se refere ao texto de 2 Co 6:14. Deus havia ordenado aos israelitas que não tomasse mulheres estrangeiras como esposas para evitar que elas trouxessem seus deuses e idolatria para Israel, vale lembrar que até a vinda de Cristo, Israel era a única nação monoteísta na face da terra. Já neste texto de Coríntios, a tônica não é um mandamento sobre casamento, mas um conselho sobre a associação com os descrentes, que poderia envolver uma situação de casamento ou outra qualquer.

Vale lembrar que o grande ponto das ordenanças e advertências bíblicas não é para nos podar a felicidade, e nos tornar reféns de uma religiosidade opressora, pelo contrário, o propósito deles é trazer redenção em todas as esferas da nossa vida. Sendo mais claro, o grande propósito das Escrituras é nos ensinar a viver bem.

Mas voltando para o texto, o conselho de Paulo é para uma vida sábia, não devemos nos colocas em situações nas quais haveria incoerências entre a fé professada (no campo da idéias e valores) e a vida cotidiana, vivida. Podemos pensar num cristão que contraia matrimônio com alguém que tenha uma religião diferente, ou até mesmo seja ateu. O casamento não é apenas uma união amorosa, mas também a partilha de valores e missão, e pensando assim, o casamento com um descrente seria a aquisição de uma dificuldade a mais no desenvolvimento de uma vida piedosa. Basta pensar na criação de filhos, no serviço cristão, na comunhão com a comunidade cristã e o desenvolvimento de relacionamentos... e assim por diante. Resumindo, casar com alguém que não seja cristão será procurar sarna para se coçar, uma a mais, além das muitas que já temos que lidar, uma atitude nada sábia.

Quanto à questão do pecado, acho que ele está muito mais presente nas nossas decisões e forma de viver do que imaginamos. Tiago diz claramente que aquele sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado (Tg 4:17). Aí temos uma boa luz para nos ajudar a enxergar o que é pecado, ele não é apenas a desobediência em si, mas também quando há omissão e indiferença de minha parte. Pensando que a redenção de Cristo é para me transportar dos domínios do diabo para o de Deus, “do reino das trevas” para o reino de Deus, então compreendo que existe uma nova motivação para a vida – a manifestação da glória de Deus, através da promoção do seu Reino. Se eu reconheço que isso é verdade, qualquer orientação na minha vida que entre em conflito com esse propósito maior eu devo entender como pecado, e toda vez que tomar consciência dele devo me arrepender. Pronto, agora podemos discutir melhor se é ou não pecado casar com um descrente e analisar cada caso. Mas aí eu deixo contigo... rsrsrsr

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

As virtudes da vida cristã

Reflexão sobre o texto de II Pedro 1:1-11


Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, mediante a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam conosco uma fé igualmente valiosa: Graça e paz lhes sejam multiplicadas, pelo pleno conhecimento de Deus e de Jesus, o nosso Senhor.
Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Por intermédio destas ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça.
Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento;ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade;à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor.
Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos.
Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados.
Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão,e assim vocês estarão ricamente providos quando entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

O apóstolo Pedro está escrevendo para todos aqueles que obtiveram fé em Jesus Cristo, como o justificador de todo aquele que se aproxima dEle e confia na suficiência de seu sacrifício vicário, desfrutando assim de todos os benefícios conquistados por Jesus na sua obra de redenção.

Além da redenção, ou seja, a remissão dos nossos pecados, nós fomos abençoados com todo o poder necessário para participarmos de uma nova vida, ou uma nova natureza, na qual nos tornamos co-participantes da natureza divina. Isso significa que a obra de Deus em nossa vida não produz tão somente salvação num futuro longínquo, mas redime a nossa vida e restaura em nós a imagem de Deus, trazendo implicações diretas na nossa maneira de viver. A promessa que aponta para um futuro de glória traz conseqüências diretas no cotidiano do cristão, orientando-o para uma vida focada na piedade e virtude.

O viver do cristão não é apenas um lamentar do mal e do pecado que tão terrivelmente nos assedia, mas a celebração da real libertação de uma vida que fora destinada à corrupção e a imoralidade. A vida cristã não é uma proposta de negação a tudo o que nos é oferecido, mas de confronto a tudo aquilo que é mal, injusto, opressor e imoral.

Neste contexto, a vida cristã deve se desenvolver com diligência e firmeza, apegando-se ao bem. Por falar em bem, a segurança que temos é que esse conceito de bem não é relativo e restrito a minha experiência individual de bondade, mas está manifestada na revelação de Deus a humanidade contida nas Sagradas Escrituras.
Assim sendo, somos chamados a uma vida que realmente se empenhe na imitação de Cristo, na experiência diária do provar a vontade de Deus e se submeter ao Seu senhorio.

Pedro desenvolve uma lista de virtudes que devem ser desenvolvidas na vida do cristão. Essa lista de virtudes não tem o objetivo de ser exaustiva e nem progressiva, mas sim de lembrar que a fé cristã deve estar diretamente associada com uma vida coerente, pela forma sábia de viver, sempre evidenciando a glória de Deus.

A lista de virtudes (fé, virtude/excelência, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor) mostra a relação entre si de cada virtude, e contrasta com uma vida relaxada, indiferente a santificação. Os indiferentes são aqueles que vivem na expectativa de um futuro que não tem harmonia ou ressonância alguma com o presente. Uma ilustração drástica é o homem que deseja longevidade de vida e não cuida de sua saúde, entregando-se a todo tipo de vício, ou o homem que deseja um bom emprego, mas não se empenha em qualificar-se profissionalmente. Este tipo de cristão é alguém que está fadado à falência de sua fé, pois a incoerência apenas produzirá histeria e hipocrisia.