quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Anunciando o evangelho da esperança


No texto de Colossenses 1.13-29, lemos duas expressões fortes sobre a esperança: o ‘evangelho da esperança’ (v. 23) e a ‘esperança da glória’ (v. 27). As duas expressões repousam na pessoa de Cristo. , isto é, no Messias que não é mais esperado ou procurado por aí, mas que já veio e é realidade (Jo 1.10-12). O Ungido de Deus é Jesus de Nazaré.
No primeiro caso, a expressão nos adverte a não nos afastarmos desse evangelho que nos trouxe esperança. Isso mesmo, andávamos em trevas, promovendo obras malignas, completamente ignorantes quanto a Deus, éramos reputados como estranhos e inimigos de Deus. Mas Jesus Cristo nos reconciliou com Deus por meio do seu sacrifício na cruz, derramando seu sangue para nos trazer resgate, remissão, justificação e paz com Deus. O castigo que nos traz a paz estava sobre os seus ombros (Is 53.5). Como desprezar tão grande salvação?!

No segundo caso, a expressão também repousa em Cristo. O foco agora não está na cruz, mas na sua vitória sobre a morte. Ele é o primogênito dentre os mortos (v. 18) porque ressuscitou! A esperança da glória significa que seremos apresentados a Deus santos, inculpáveis e irrepreensíveis (v. 22), de forma que as aflições e os sofrimentos do tempo presente parecerão pequenos e desproporcionais em comparação à glória eterna que nos está reservada (2 Co 4.17).  Portanto, meus irmãos, não se afastem da esperança do evangelho, que é Cristo em vós, a esperança da glória!


Com isso em mente, a esperança que proclamamos é radicalmente diferente das outras esperanças anunciadas, tanto nas religiões tradicionais quanto na cultura secular. Ela não exige de nós uma resposta moral ou comportamental que não temos condição de oferecer por afirmar que a esperança cristã é Cristo em nós, e não nós sozinhos. Por outro lado, há uma esperança concreta, o evangelho da esperança. Não estamos sujeitos ao acaso nem vivemos em indiferença quanto ao nosso comportamento moral. Toda a nossa segurança e força repousam na obra de Cristo, que já se iniciou em nós e que não será interrompida até sua conclusão (Fp 1.6) – nos apresentar santos, inculpáveis e irrepreensíveis diante de Deus (v. 22).

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O que pode me dar esperança?


21  Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança:
22 Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis.
23 Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!
24 Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança.
25 O Senhor é bom para com aqueles cuja esperança está nele, para com aqueles que o buscam;
26 é bom esperar tranqüilo pela salvação do Senhor.
27 É bom que o homem suporte o jugo enquanto é jovem.
28 Leve-o sozinho e em silêncio, porque o Senhor o pôs sobre ele.
29 Ponha o seu rosto no pó; talvez ainda haja esperança.
Lamentações 3.21-29

Não há vida sem esperança. Você já parou para pensar nessa afirmação? Quando alguém está em desespero, é porque não encontra mais saída para a sua vida. E por que a desesperança bate à nossa porta com mais frequência do que gostaríamos? Basicamente porque colocamos a nossa segurança na pessoa ou no objeto errado. Quando a esperança não está em Deus, mas em qualquer outra coisa que você for capaz de imaginar, a frustração será inevitável. E, dependendo do nível de comprometimento do seu coração com essa falsa segurança, grande será o seu desapontamento a ponto de levá-lo à desesperança.

Jeremias tentou descrever o mal e o sofrimento que ele presenciou, num nível que seria difícil imaginar se não tivéssemos suas “lamentações”, cuja leitura chega a “embrulhar” o nosso estômago. É bem possível que não passemos nem de perto por essas experiências, porém o sofrimento pessoal não tem como ser mensurado, passar por ele é difícil. Como o profeta se recompôs numa situação tão caótica? A resposta está no texto selecionado: trazendo à memória aquilo que lhe poderia dar esperança. Perceba que é um exercício mental, realizado por meio dos ensinos que encontramos nas Escrituras: sobre Deus, os seus planos e o seu relacionamento com o homem. O exercício começa na mente, entretanto não para por aí. A alma do profeta vai sendo reanimada e despertada para uma nova realidade que distante das Escrituras seria impossível cogitar, sonhar e experimentar.

Aprendemos com a experiência de Jeremias que a mente é muito importante para lidar com o sofrimento. Precisamos que a nossa mente esteja cativa em Cristo, isso mesmo, a serviço de Jesus. Meditando nas Escrituras conheceremos a misericórdia e fidelidade de Deus, que são manifestadas de forma inequívoca na pessoa de Jesus Cristo. Não apenas naquilo que Jesus fez – encarnação, vida, obra, ensino, morte, ressurreição e ascensão – mas também naquilo que ele faz e fará.

Quando olhamos para a obra da redenção e focamos no protagonista, Jesus Cristo, percebemos que nele está a nossa verdadeira salvação. Que ele é a nossa porção. Que ele é a nossa única necessidade fundamental para viver com uma esperança segura e firme, âncora da alma (Hb 6.19).

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A graça de Deus e o deleite no Senhor


Eu, porém, confio em teu amor; o meu coração exulta em tua salvação.
Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito.
Salmo 13.5-6 (NVI)

A doutrina da graça diferencia o Cristianismo das demais religiões. Não fora a revelação de Deus, jamais chegaríamos ao entendimento que o único meio de salvação disponível a nós é pela graça, um favor de Deus ao homem. Compreender a ira de Deus é muito mais fácil que entender o favor de Deus. Não parece absurdo imaginar que Deus está zangado com o pecador e que uma prestação de contas nos aguarda. Mas conceber a ideia de que Deus pode ser compassivo e misericordioso com o pecador, a despeito de seus méritos, é algo compreensivo apenas espiritualmente. Os nossos olhos carnais não conseguem enxergar essa realidade.

O rei Davi conseguiu perceber essa verdade. É por isso que ele é considerado um homem segundo o coração de Deus. Ele percebeu que a sua única segurança era a graça de Deus. Davi não conhecia Jesus, mas conhecia a promessa do Messias, o Cristo. E a sua fé é segura e firme. Eu confio em teu amor. A confiança do rei não era nos seus feitos e poder, mas no amor gracioso de Deus.

E Davi não parou por aí. Dá confiança na graça de Deus ele caminhou em direção ao deleite no Senhor. Autor de 73 Salmos, temos muito a aprender com Davi sobre o desfrutar da presença de Deus. Aprendemos nos Salmos a cultivar a vida devocional, por meio da leitura bíblica, da oração, do louvor de a escuta. Mas o deleite do Senhor não para por aí, ele se estende ao longo do nosso dia, compreendendo que a nossa vida é para a glória de Deus. Os relacionamentos, o trabalho, o lazer, as refeições, os pensamentos, as ações mais ordinárias da vida, tudo isso envolve a glória de Deus. E é tão somente aí que encontraremos o verdadeiro contentamento, conectando a fé com a vida ordinária.


Desfrutar da paz com Deus, por meio da obra redentora de Jesus, em íntima comunhão com o Espírito Santo, é motivo de sobra para cantar tão grande salvação, a despeito das circunstâncias de nossas vidas. Por tudo isso, cultivemos uma vida de devoção a Deus.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O inimigo que enfrentamos


Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. (Ef 6.10-12)
O conhecimento total do inimigo e um respeito saudável pelas suas proezas são um preliminar necessário para a vitória na batalha. Paulo nos dá uma descrição completa e assustadora das forças organizadas contra nós (v. 12). Nossa luta não é contra seres humanos, mas contra inteligências demoníacas.
O pastor e teólogo John Stott nos ensina que os demônios têm três características principais:
1.       São poderosos. Não sabemos se principados e potestades se referem a diferentes categorias na hierarquia do inferno, mas os dois títulos ressaltam o poder e a autoridade que exercem.
2.     São malignos. Nossos inimigos espirituais empregam seu poder destrutivamente para o nosso mal. Odeiam a luz e não possuem qualquer moral nem código de honra ou sentimentos nobres. São totalmente inescrupulosos e implacáveis na procura de seus desígnios maldosos.
3.    São astutos. As ciladas do diabo tomam muitas formas, mas o seu maior êxito em astúcia é quando consegue persuadir as pessoas de que ele não existe. Negar a sua natureza é expor-nos ainda mais às suas sutilezas.
Por isso somos advertidos a nos tornarmos mais fortes, a resistirmos a essa obra perversa. Essa força de resistência não provém de nós; é fruto de uma caminhada estreita com o próprio Deus. A comunhão com Deus é a única maneira de resistir às armadilhas infernais, que procuram nos remover da nova condição de filhos de Deus.

Este enfrentamento de forças é terrível. Porém, em nenhum momento a obra de Deus estará ameaçada pelo Diabo. Deus não disputa força com ninguém. Sua glória e seu poder não são comparáveis. Por isso mesmo a armadura de Deus está a nosso dispor.