segunda-feira, 13 de agosto de 2018

O Senhor guardará

“O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.” (Sl 121.8)
O Salmo 121 era um dos 15 cânticos que faziam parte do hinário dos judeus, utilizado em suas caravanas em direção à capital Jerusalém, a fim de participar da adoração no Templo. Normalmente essa peregrinação acontecia nas festas nacio­nais, celebrações instituídas por Deus e que duravam uma semana. O Evangelho de Lucas relata que a família de Jesus participava anualmente da caravana Nazaré-Jerusalém, para a Festa da Páscoa (Lc 2.41-52).

Peregrinação é um tema muito forte na Bíblia. As Escrituras nos descrevem algumas vezes como peregrinos e forasteiros nessa terra, de passagem, aguardando uma pátria superior (Sl 119.19; At 13.17; Hb 11.8-10; 1 Pe 1.17). Foi assim com o povo de Israel em sua libertação do Egito e em seguida se deslocando para a terra prometida de Canaã, um tipo da libertação do crente do pecado e a sua peregrinação rumo à cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador (novos céus e nova terra).

Num certo sentido, peregrinação é o tema de toda a huma­nidade. Todos estão num tabernáculo (linguagem do apóstolo Pedro ao se referir ao corpo perecível devido ao pecado – 2 Pe 1.12-15) e o deixaremos na morte. Esse é o drama da huma­nidade, a morte que vem pelo pecado, que nada mais é que o terrível retrato de nossa separação de Deus. Graças a Deus por Jesus Cristo, o nosso libertador!

Podemos dizer também que Viçosa-MG lida bem com o tema da peregrinação. A IPV (Igreja Presbiteriana de Viçosa) vive de forma intensa essa realidade de chegadas e despedidas. Um local com muitos estudantes em trânsito, com uma parada longa em Viçosa, porém com a partida certa.

Em todos esses casos, o Salmo 121 é muito apropriado, pois nos lembra de que o Senhor guardará o seu povo em todas as suas peregrinações. Você já parou para pensar o que seria de nós sem a bênção do Senhor? Essa é a boa notícia que encontramos na Bíblia, Deus promete nos proteger em toda a nossa peregrinação, por causa da sua Aliança conosco, realizada em Jesus Cristo e selada pelo Espírito Santo em nós.

Lembre-se, “não dormitará aquele que te guarda” (Sl 121.3b).

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

ALEGRIA COM DEUS


Nessa vida podemos nos alegrar de duas formas: com Deus ou sem Deus. Uma boa definição dessa alegria sem Deus podemos encontrar na poesia de Vinícius de Morais:
... A gente trabalha o ano inteiro... Por um momento de sonho ....Pra fazer a fantasia de rei ou de pirata ou jardineira... Pra tudo se acabar na quarta-feira... Tristeza não tem fim felicidade sim... 

Fonte: A Felicidade - Vinícius de Moraes

Na parábola do tesouro escondido, Jesus nos conta que a alegria é encontrada no evangelho (Mt 28.8). E essa foi a mensagem dos anjos quando Jesus nasceu – uma boa nova de grande alegria (Lc 2.10). A alegria que Jesus nos concede é completa e ninguém poderá tirá-la de nós (Jo 16.22,24).

Já para o apóstolo Paulo: o reino de Deus é alegria no Espírito Santo (Rm 14.17). E, consequentemente, a alegria é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).

O apóstolo Pedro conta que essa alegria é indizível, tamanha a sua intensidade e perenidade (1Pe 1.8). Por isso o apóstolo Tiago diz que até mesmo quando estamos atribulados e com muito sofrimento ao nosso redor podemos ser alegres (Tg 1.2).

E quando vamos para o saltério, a alegria é tão abundante na poesia e canção do povo de Deus, que ela está em todos os momentos da vida. Ela é cantada e celebrada, não como um valor absoluto, ou um fim em si mesmo, mas porque na presença do Senhor há plenitude de alegria (Sl 16.11).

Certamente a alegria cristã tem a sua fonte na Trindade. É no relacionamento com Deus que encontramos uma alegria que jamais acabará e, mesmo quando confrontada com as dificuldades da vida, resistirá e permanecerá no crente.

Vamos desfilar essa alegria todos os dias do ano, não por exibicionismo, mas para compartilhar dela com todos que a procuram. Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos (Fp 4.4).

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

É tempo de dizer basta. Viçosa pede paz.


A justiça e a paz se beijarão. (Salmo 85.10b, NVI)

A violência é produto da forma como vivemos; não é um acidente nem uma entidade. O que presenciamos hoje em Viçosa, e no mundo, é que a injustiça e a violência estão unidas por um beijo — o beijo da morte.

O Salmo 85 fala sobre avivamento: a restauração de um povo que havia se perdido em seus pecados e por isso vivia muito mal. O amor e a fidelidade não estavam mais presentes, tanto em relação à Aliança que tinham com o Senhor, quanto no trato com o próximo. O desenvolvimento da sociedade que despreza os dois maiores mandamentos é o consequente desprezo pela vida. A insensatez toma conta dos indivíduos que se tornam indiferentes ao Criador e recusam a sua ética, imaginando que podem encontrar maior felicidade e satisfação vivendo do seu próprio jeito. Logo, o amor é substituído pelas paixões e a vida não é mais orientada por aquilo que é virtuoso, mas meramente pelos prazeres. Pronto, temos todos os ingredientes para uma sociedade egoísta, permissiva e violenta. Não faltam exemplos disso nas Escrituras: a humanidade no tempo de Noé, Sodoma, Gomorra, as cidades de Canaã, Nínive, Israel, Judá.

Em tempos de muita violência, o clamor pela paz aumenta. Graças a Deus por esse clamor! C. S. Lewis diz que o sofrimento é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido. O Salmo é um lamento que pede avivamento.

Precisamos lamentar, sim, mas não parar por aí. Precisamos dizer basta, mas não podemos parar por aí. O evangelho nos ajuda a entender o caminho da paz. Precisamos buscar o Senhor de todo o coração. Precisamos proclamar o evangelho da paz em alto e bom som. E precisamos viver o evangelho. Essa vida envolve o exercício de uma cidadania digna, compatível com o evangelho (Fp 1.27). 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Um olhar para a glória de Deus

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai". João 1.14
As Escrituras falam muito sobre a glória de Deus. No Antigo Testamento a palavra utilizada é kabôd, derivada de uma palavra cujo sentido é literalmente ‘ser pesado’. Glória traz a ideia de alguém carregado de riquezas e poder e, portanto, revela quem é essa pessoa. No caso da divindade, também está relacionada com a manifestação da luz, como observamos na visão do profeta Isaías (6.1). A glória de Deus revela quem Ele é. Porque Isaías viu a glória de Deus, que diz respeito a honra, a majestade e a retidão do nosso Senhor, ele estava habilitado para falar sobre o Altíssimo (Jo 12.41). Isaías compreendeu quem era Deus na voz dos Serafins clamando: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória (Is 6.3).

Uma compreensão verdadeira de Deus só é possível pelo próprio interesse dele em se revelar a nós; observamos isso na experiência do profeta Isaías e também no ensino do apóstolo João (Jo 12.36-43). É Deus quem fala, e que simultaneamente prepara o nosso coração e mente para receber essa revelação. Quando isso ocorre passamos a nos entender melhor, sem rodeios e justificativas, percebemos a verdade sobre nós – Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem pecador, habito entre pecadores e agora os meus olhos viram o Rei! (paráfrase de Is 6.5)

A percepção correta do profeta Isaías acerca de si mesmo foi a partir da revelação da glória do Senhor. Essa revelação não foi para juízo do profeta, mas para sua salvação. Ele foi purificado com o fogo vindo do altar que queimava a oferta (Is 6.5-7). Essa oferta que tirou o pecado de Isaías é a mesma que tira o nosso pecado - o Cordeiro de Deus (Jo 1.29), Jesus Cristo. O Verbo se encarnou e habitou entre nós, com mais glória do que o tabernáculo e o templo revelavam de Deus, porque Ele não é uma representação, mas o verdadeiro Filho de Deus (Jo 1.14).

O que o pecado faz conosco é nos levar a amar mais a glória dos homens do que a glória de Deus (Jo 12.43). Em 2018 mantenha os olhos fixos em Jesus Cristo, pois ele é a glória de Deus, a luz dos homens e a viva esperança (Cl 1.27). A partir daí será possível viver a altura da vocação recebida por meio da glória de Deus, pois riquezas e poder já estão a nosso dispor (Efésios 1.18; Cl 1.11).