quarta-feira, 11 de abril de 2007

Aparência de bondade


Vejo conflitos na minha fé.

Há inconsistência da sua expressão nos meus membros.


A sempre tão presente hipocrisia,

altiva, parece anular meus esforços.


O orgulho, ao invés de estar mortificado com a caminhada da fé,

aparece de maneira surpreendente mais pomposo e senhor de meu ego.


O aparente progresso tem gosto de retrocesso,

minhas passadas ainda estão aquém do esperado.


A igreja não ajuda, apenas alimenta meus sentimentos pecaminosos.

A cada reunião sinto fortalecer meu anseio por sucesso, glória, riqueza, poder, domínio, ou como queiram alguns, pela prosperidade.


As palavras de Jesus parecem murchas.

Aquele que odiar sua vida, a achará... Tome sua cruz e siga-me... Não andeis ansiosos por causa alguma... Não ameis o mundo... Bem aventurados os que choram, os pacificadores, os misericordiosos, os que têm fome e sede de justiça, os puros de coração, os perseguidos por causa da justiça... No mundo terei aflições... Arrependei-vos... O reino de Deus está próximo... Novos céus e nova terra...


Meus ouvidos coçam por palavras como bênção, milagre, vitória, líder, ungido, poder.

Ao meu redor todos parecem com o mesmo ânimo.

A multidão não está sedenta por Cristo, mas por prazer... O hedonismo está presente na igreja.



Sofro, pois ao meu redor, em companhia dos irmãos, meus pecados são consolados e sinto-me revigorado para cometê-los novamente.


Mas Cristo fala de uma Igreja sem mácula. A invisível. Confesso que o motivo de ainda lutar é por sonhar fazer parte deste povo, pois o daqui já era.


Por isso insisto na leitura, interpretação e aplicação das Escrituras. O poder que ressuscitou Cristo a de transformar essa minha maldade, há de trazer graça a minha miséria e me libertar dessa imundícia.


Maranatha vem Senhor Jesus!

domingo, 1 de abril de 2007

Alegrai-vos! Outra vez vos digo, alegrai-vos!

Quem disse isso não estava comemorando uma promoção, muito menos um casamento e longe de alcançar qualquer sucesso. O apóstolo Paulo exorta os crentes de Filipos a se alegrarem, não porque tudo vai bem, mas pelo fato de hoje serem propriedade exclusiva do Senhor.

Paulo relembra do privilégio de poder padecer por Cristo, privilégio porque nem todos gozam dessa dádiva. E esse paradoxo há de acompanhar toda carta, alegria no sofrimento.

A palavra alegria (Karia) há de aparecer 15 vezes em apenas 4 capítulos da epístola de Filipenses, ou 104 versículos como queiram outros. A média é de a cada 7 versículos, uma vez aparece a palavra alegria. A alegria é um anseio, um desejo, uma ordem, uma dádiva para aqueles que esperam reinar com Cristo.

O que me estranha não é apenas a repetição e a ênfase na alegria, mas a situação que o apóstolo vivia. Paulo estava preso por pregar o Evangelho, mas seu sofrimento não parava aí - apedrejado, açoitado quarenta vezes menos um, naufrágio, fome, nudez, escárnio, ou como ele próprio referiu a si mesmo, considerado o lixo do mundo - Por que tanta alegria?

Parece difícil a resposta. Segue algumas convicções de Paulo que nos ajudam a entender ou pelo menos vislumbrar uma resposta.

“Com toda a determinação de sempre, também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela morte; porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.”

“Não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo, permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica, sem de forma alguma se deixar intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de destruição, mas para vocês, de salvação, e isso da parte de Deus; pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele.”

“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”

“Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.”

“Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se! Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.”

“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas. Ponha em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim.”

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.”