domingo, 16 de dezembro de 2007

Sugestão de livros




















Confesso que cada um desses livros têm me ajudado a manter a lucidez durante este período de histeria da igreja evangélica brasileira.



Verdadeira espiritualidade.

SCHAEFFER, F. A. 1 ed. Cambuci – SP: Cultura Cristã, 222 p.,1999.


Espiritualidade a partir de si mesmo.

GRUN, A; DUFNER, M. 4 ed. Vozes, 128 p., 2004.


O escândalo do comportamento evangélico.

SIDER, R. J. 1 ed. Viçosa: Ultimato, 142 p., 2006.


O meu calice transborda – a graça surpreendente.

PARANAGUÁ, G. F. Londrina: Ide, 93 p., 2006.


Os outros seis dias – vocação, trabalho e ministério na perspectiva Bíblica.

STEVENS, R. P. Viçosa: Ultimato, 270 p., 2005.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Espero te decepcionar, ó homem 21!


















Em tempos de mudança, é comum me sobrevir a perplexidade

Turbilhões de pensamentos e imagens me saturam

A mente divaga e uma pergunta soa e ressoa em mim:

- Qual o sentido da vida?


Se o pregador diz que tudo nessa vida é vaidade

Se tudo passa

Só me resta focar no eterno


O problema é que sou homem

Essa verdade traz uma mensagem embutida

Sou fraco, repleto de inconstância


Logo, se como pra viver, e trabalho pra comer

Por que eu vivo?

A morte procura me enlouquecer com a efemeridade da vida


Assim concluo, minha vida tem que ser intensa

Ser intenso na minha geração é correr e fazer

Mas minha alma cristã não condiz com o status quo

Mais importante do que fazer é como fazer


Ser continua a melhor opção entre ter ou parecer


Aiaiai! Os padrões de Deus não fecham com este século

Eu terei que decepcionar alguém

Por isso fico contrito e rogo:

Senhor, que eu venha desapontar a minha geração!

terça-feira, 22 de maio de 2007

Interessante

Alguns pensamentos de Wesley...

Foi uma verdadeira misericórdia Deus não ter ouvido a minha oração.

Quando as águas se esparramam demais, não são profundas.

Estou decidido a ser um cristão bíblico completo. Há alguém disposto a seguir-me nesse caminho?

Nossas doutrinas principais são: arrependimento, fé e santidade. Consideramos a primeira o pórtico da religião, a segunda a porta e a terceira a religião em si mesma.

O melhor de tudo é que Deus está conosco.

John Wesley

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Santidade de vida


Falam bastante e muito bem contra a esperança de ser aceito por Deus via as boas obras, para logo ensinar que somos aceitos por nossos hábitos e comportamentos virtuosos. Eles supõem que seremos justificados por causa de nossa justiça interior. Não é verdade. A santidade do coração, assim como a santidade de vida, não é causa mais efeito dela. A única causa de nossa aceitação diante de Deus é a justiça e a morte de Cristo, que cumpriu a Lei de Deus e morreu em nosso lugar. A causa de nossa aceitação não é a santidade de vida e as boas obras, mas unicamente a fé. A fé que produz necessariamente santidade e boas obras.

John Wesley

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Milagres e sinais

Acho engraçado observar muitos cristãos buscando os sinais e milagres, como se eles fossem resolver o problema da igreja, a mediocridade da nossa espiritualidade e trazer crédito à mensagem que nós negamos com nossa vida.

Será que eles só sentem falta disto na igreja protestante?

Prefiro ficar com as palavras de Jesus a Tomé, quer dizer, a nós: Bem aventurados os que não viram e creram.

Ou então, as de Paulo: Os judeus pedem sinais miraculosos e o gregos procuram sabedoria, mas nós pregamos a Cristo crucificado; escândalo para o judeus e loucura para os gentios, mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus mais forte que a força do homem.



Pequenos paradoxos que hão de acompanhar aqueles que creêm

A deliciosa surpresa de encontrar Cristo na minha fraqueza

A beleza na minha desventura que reflete esperança

A graça superabundante no meu sofrimento

A vida que começa na morte


LEMBRANÇAS

Lembro-me de Esaú

Aquele que se vendeu

O direito de primogenitura

Pela bagatela de um prato de lentilha


Lembro-me da mulher de Ló

Aquela que olhou pra traz

E virou estátua de sal

Por amor a Sodoma e Gomorra


Lembro-me de Saul

O primeiro rei de Israel

Preocupava-se tanto com sacrifício

Que esqueceu da obediência


Lembro-me de Ananias e Safira

Aparência de piedade

Mas o Deus que sonda os corações

Encontrou a real intensão deles


Lembro-me de Simão, o mago

Até hoje referência de simonia

Aqueles que compram

Ou pensam comercializar o dom do Espírito


Vejo aqueles que se dizem cristãos

Abrindo mão da filiação

Amando o mundo

Sacrificando e barganhando


Tão longe, tão distante

A Bíblia parece um código penal

Procurando maneiras de burlar,

reivindicar e sentenciar


Perdemos nossos mártires

Nossos heróis se foram

E a nuvem de testemunhas

Hoje parece tão distante e pequena

“Que pelo menos seja como àquela vista por Elias”



Vocês já não são estrangeiros,

nem forasteiros,

mas membros da família de Deus.

Edificados sobre o fundamento dos apóstolos

tendo Jesus Cristo como pedra angular,

no qual todo o edifício é ajustado

para tornar-se um santuário santo no Senhor,

e morada de Deus por seu Espírito.

(Efésios 2:19-22)

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Aparência de bondade


Vejo conflitos na minha fé.

Há inconsistência da sua expressão nos meus membros.


A sempre tão presente hipocrisia,

altiva, parece anular meus esforços.


O orgulho, ao invés de estar mortificado com a caminhada da fé,

aparece de maneira surpreendente mais pomposo e senhor de meu ego.


O aparente progresso tem gosto de retrocesso,

minhas passadas ainda estão aquém do esperado.


A igreja não ajuda, apenas alimenta meus sentimentos pecaminosos.

A cada reunião sinto fortalecer meu anseio por sucesso, glória, riqueza, poder, domínio, ou como queiram alguns, pela prosperidade.


As palavras de Jesus parecem murchas.

Aquele que odiar sua vida, a achará... Tome sua cruz e siga-me... Não andeis ansiosos por causa alguma... Não ameis o mundo... Bem aventurados os que choram, os pacificadores, os misericordiosos, os que têm fome e sede de justiça, os puros de coração, os perseguidos por causa da justiça... No mundo terei aflições... Arrependei-vos... O reino de Deus está próximo... Novos céus e nova terra...


Meus ouvidos coçam por palavras como bênção, milagre, vitória, líder, ungido, poder.

Ao meu redor todos parecem com o mesmo ânimo.

A multidão não está sedenta por Cristo, mas por prazer... O hedonismo está presente na igreja.



Sofro, pois ao meu redor, em companhia dos irmãos, meus pecados são consolados e sinto-me revigorado para cometê-los novamente.


Mas Cristo fala de uma Igreja sem mácula. A invisível. Confesso que o motivo de ainda lutar é por sonhar fazer parte deste povo, pois o daqui já era.


Por isso insisto na leitura, interpretação e aplicação das Escrituras. O poder que ressuscitou Cristo a de transformar essa minha maldade, há de trazer graça a minha miséria e me libertar dessa imundícia.


Maranatha vem Senhor Jesus!

domingo, 1 de abril de 2007

Alegrai-vos! Outra vez vos digo, alegrai-vos!

Quem disse isso não estava comemorando uma promoção, muito menos um casamento e longe de alcançar qualquer sucesso. O apóstolo Paulo exorta os crentes de Filipos a se alegrarem, não porque tudo vai bem, mas pelo fato de hoje serem propriedade exclusiva do Senhor.

Paulo relembra do privilégio de poder padecer por Cristo, privilégio porque nem todos gozam dessa dádiva. E esse paradoxo há de acompanhar toda carta, alegria no sofrimento.

A palavra alegria (Karia) há de aparecer 15 vezes em apenas 4 capítulos da epístola de Filipenses, ou 104 versículos como queiram outros. A média é de a cada 7 versículos, uma vez aparece a palavra alegria. A alegria é um anseio, um desejo, uma ordem, uma dádiva para aqueles que esperam reinar com Cristo.

O que me estranha não é apenas a repetição e a ênfase na alegria, mas a situação que o apóstolo vivia. Paulo estava preso por pregar o Evangelho, mas seu sofrimento não parava aí - apedrejado, açoitado quarenta vezes menos um, naufrágio, fome, nudez, escárnio, ou como ele próprio referiu a si mesmo, considerado o lixo do mundo - Por que tanta alegria?

Parece difícil a resposta. Segue algumas convicções de Paulo que nos ajudam a entender ou pelo menos vislumbrar uma resposta.

“Com toda a determinação de sempre, também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela morte; porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.”

“Não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo, permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica, sem de forma alguma se deixar intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de destruição, mas para vocês, de salvação, e isso da parte de Deus; pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele.”

“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”

“Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.”

“Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se! Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.”

“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas. Ponha em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim.”

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.”

quinta-feira, 1 de março de 2007

Loucura da pregação

Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.

I Co 1:18.

Se as palavras de Jesus já soavam estranhas para o mundo 2000 anos atrás, por que seria diferente hoje? Isso só provaria que a humanidade evoluiu. Que com o desenvolvimento da tecnologia trouxe além de conforto e longevidade de vida, esperança ao homem. Que com o acúmulo de conhecimento e a multiplicação de doutores, mestres, padres e pastores, o amor ao próximo brotou em nossos corações. Que com a democracia irrompendo contra a tirania, ainda que tenha que se valer da força, a justiça raiou soberana e imponente. Que em meio ao sistema financeiro regente, o capitalismo domesticado, a paz triunfou. Que Cristo finalmente reina no coração do mundo, pois esse foi o lema da igreja visível em seus milhares de anos de existência – ganhar o mundo.

Não, nada mudou, com exceção do cenário. Continuamos na mesma, patinando e atolados numa poça de pecados. A bestialidade toma conta de todos. O amor se esfria, como previsto por Cristo. E a fé, pois bem, dela eu pretendo nem discutir, pois a definição de seu conceito contemporâneo ainda é bastante nebulosa. O ego, esse sim, esse se desenvolveu, hoje é conhecido como HIPEREGO.

Antes das bem-aventuranças, proferidas no famoso Sermão do Monte, Jesus era conhecido apenas por realizar milagres, pregar uma tal de Boas Novas do Reino e por fazer curtas pregações – Arrependei-vos! Crede! Sigam-me! Jesus era uma aberração não apenas para os pagãos, mas também para os religiosos tementes a Deus.

As oito bem-aventuranças ensinadas provavelmente foi o atestado de insanidade de Jesus, tanto que depois delas, poucos o levaram a sério, assim como acontece hoje. Conhecido como o evangelho da contra-cultura, o Sermão do Monte é ousado desde o início. Cristo afirma que os pobres, os que choram, os humildes, os que anseiam por justiça, os misericordiosos, os puros, os pacificadores e os perseguidos são felizes. O Messias felicita aqueles que estão à margem da sociedade.

Dúvidas:

  • Por que temos que tornar a mensagem do evangelho atraente?
  • Por que precisamos explicar todas as descobertas da ciência e provar que a Bíblia está certa?
  • Por que temos que fingir ser bem sucedido, prósperos e alegres?
  • Qual a diferença entre pregar o evangelho e fazer prosélitos? O que os jesuítas fizeram na América Latina? O que Jesus nos mandou fazer?

sábado, 17 de fevereiro de 2007

O discurso dos apóstolos

O capítulo treze do livro de Atos dos Apóstolos narra o início da missão de Paulo e Barnabé. Os dois aparecerão juntos por muitos capítulos, assim como nos capítulos anteriores havíamos nos acostumados com outra dupla, Pedro e João.

Pedro e Paulo destacam-se por serem os responsáveis pelos discursos, mas não por importância, uma vez que o apóstolo amado era João e o tutor de Paulo, que no judaísmo era Gamaliel, agora era o encorajador Barnabé. Mas não vem ao caso discutirmos a importância dos apóstolos e sim a mensagem que ressoa por todas as páginas deste sublime livro.

Muitos menosprezam os ensinos de Atos e atentam apenas para as manifestações sobrenaturais descritas no livro. Digo apenas, pois os milagres ausentes da proclamação do evangelho não significam nada. Não há narração de milagre ocorrendo por mera vontade e deleite dos apóstolos. Pelo contrário, a cena é aterrorizante, dos apóstolos apenas João não será martirizado, mas não obstante foi açoitado algumas vezes e passou a velhice exilado na ilha de Patmos. A abnegação é a palavra que melhor descreve a condição de servo desses homens, paradoxalmente livres em Jesus.

A missão desses homens não era construir edifício, muito menos formar um grupo de louvor, ou ainda ater-se a algum projeto de crescimento da membresia de suas comunidades. A obra para a qual eles haviam sido chamados e se empenhavam por cumpri-la era tão somente testemunhar a cerca de Jesus.

O problema é que corrompemos a palavra testemunha e hoje a confundimos com simpatizantes. O simpatizante busca a era dos milagres embora não haja compromisso algum com o Operador do milagre. O simpatizante busca o milagre para seu próprio prazer. O simpatizante transmite aquilo que acha interessante e o que agrada aos ouvintes. O simpatizante descreve um modelo de vida cristão no qual Jesus está ausente. O simpatizante não consegue amar ao próximo, mas antes arde em ciúmes. O simpatizante não consegue desenvolver uma cosmovisão cristã e acabar por segmentar sua vida em sagrado e secular, vivendo uma eterna dicotomia infeliz. O simpatizante é mentiroso. O simpatizante não é filho.

Portanto, meus irmãos, quero que saibam que mediante Jesus lhes é proclamado o perdão dos pecados. Por meio dele, todo aquele que crê é justificado de todas as coisas das quais não podiam ser justificados pela Lei de Moisés. Cuidem para que não lhes aconteça o que disseram os profetas: " 'Olhem, escarnecedores, admirem-se e pereçam; pois nos dias de vocês farei algo que vocês jamais creriam se alguém lhes contasse! Atos 13:38-42.

O apelo de Paulo é para voltarmos a Jesus e deixar de lado todo modismo, pois não iremos encontrar libertação dos pecados em outra fonte, nossa dignidade vem Dele somente. Voltemos a viver e a pregar O Evangelho e não um evangelho segundo os evangélicos. Que a graça do Senhor esteja sobre a Igreja!

O SABER


SABER POR SABER É VAIDADE
SABER PARA DEMOSNTRAR É ARROGÂNCIA
SABER PARA COMPETIR É PREPOTÊNCIA
SABER PARA AMAR E SERVIR É VIRTUDE

BERNARDO DE CLAIRVAUX (1090-1153)




SALVOS PELA GRAÇA

"Irmãos, vocês sabem que há muito tempo Deus me escolheu dentre vocês para que os gentios ouvissem de meus lábios a mensagem do evangelho e cressem. Deus, que conhece os corações, demonstrou que os aceitou, dando-lhes o Espírito Santo, como antes nos tinha concedido. Ele não fez distinção alguma entre nós e eles, visto que purificou os seus corações pela fé. Então, por que agora vocês estão querendo tentar a Deus, pondo sobre os discípulos um jugo que nem nós nem nossos antepassados conseguimos suportar? De modo nenhum! Cremos que somos salvos pela graça de nosso Senhor Jesus, assim como eles também".

Discurso de Pedro no concílio de Jerusalém (Atos 15).

O livro de Atos dos Apóstolos contém 28 capítulos, e exatamente o primeiro capítulo da segunda metade da carta trata exatamente da centralidade da fé cristã, e de uma vez por todas há uma ruptura na observação da lei mosaica pelos seguidores de Jesus Cristo.

Após a ressurreição e a ascensão de Jesus, os apóstolos cheios do Espírito de Deus espalham a mensagem do evangelho em Jerusalém, mas por não cumprirem Atos 1:8, Atos 8:1 se cumpre no meio da Igreja e as boas novas começam a alcançar os gentios. Muitos gregos, romanos e bárbaros se convertem ao evangelho, e conseqüentemente surge um dilema no meio da Igreja – Devem os gentios convertidos observarem a lei de Moisés?

O capítulo quinze deste livro relata o extraordinário concílio de Jerusalém, convocado devido à austeridade com que alguns cristãos judeus exortavam os gentios a se circuncidarem e observarem a lei de Moisés, sem a qual não haveria salvação. Paulo e Barnabé em grande contenda com esses que profanavam o evangelho de Jesus são chamados à Jerusalém. Em meio a muito fervor nas discussões, Pedro toma a palavra e faz um breve discurso que viria a por fim a essa disputa - Cremos que somos salvos pela graça de nosso Senhor Jesus!

Pedro e Paulo haviam concluído que a Lei era um jugo impossível de ser suportado, e que se ela fosse relevante para a salvação do homem o sacrifício de Cristo havia sido inútil. Jesus nos lembra que Ele cumpriu as exigências da Lei e por isso convida todos que estão cansados e sobrecarregados (pela Lei) a tomar seu jugo e fardo, pois são suave e leve, ao contrário da Lei (Mt 11:28-30).


Infelizmente, após 2000 anos de cristianismo continuamos a presenciar o mesmo embate, homens inescrupulosos que se valem da lei para aprisionar e subjugar os cristãos, apresentando um estereotipo de santidade que em nada difere do moralismo, e por fim anulam a graça de Jesus. A liberdade cristã é convertida em escravidão religiosa, vivemos atemorizados em nossas cavernas, doentes e isolados do mundo.

Uma pequena reflexão nos levará a constatar que todo nosso sistema eclesiástico está fundamentado numa estrutura semelhante a sacerdotal do Velho Testamento e que inúmeras ordenanças da lei de Moisés estão presentes em nossa comunidade, e sem suporte algum no Novo Testamento.

Disse Jesus, "ai de vocês também!, porque sobrecarregam os homens com fardos que dificilmente eles podem carregar, e vocês mesmos não levantam nem um dedo para ajudá-los (Lc 11:46).



terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Aquele que tem ouvidos ouça...

"Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: "Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus. Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. Você diz: 'Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada'. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu. Dou-lhe este conselho: Compre de mim ouro refinado no fogo, e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar. "Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. "Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas".

Apocalipse 3:14-22

O livro de apocalipse escrito pelo apóstolo João é provavelmente o mais difícil de se interpretar, e paradoxalmente o mais aterrorizante e esperançoso livro da Bíblia. “Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo” Ap 1:3. A felicidade acompanhará aquele que não é apenas ouvinte mas também praticante, aquele que é sábio e constrói sua casa sobre a rocha, aquele que não engana a si mesmo (Tg 1:22, Mt 7:24-27). Conseqüentemente, o pavor há de acompanhar aqueles que lêem as palavras desta profecia e a ignoram.

Reconheço minha dificuldade para interpretar as profecias de apocalipse e meu total desinteresse em desvendar todos os mistérios envoltos nas imagens presentes ao longo da narração; entretanto, meu interesse pela leitura e entendimento da mensagem central dessas profecias é inversamente proporcional, as sentenças de Jesus me atraem e soa como um refrigério para minha alma, e acredito que para todo cristão genuíno ocorre o mesmo sentimento ante essas revelações do Cristo glorificado.

A carta à igreja de Laodicéia muito me chama atenção. E não é pra menos, uma vez que Cristo desenha uma cena na qual ele bate a porta da igreja para que possa entrar e ceiar com seus supostos seguidores. Àquele que deve ser cultuado está fora da assembléia! Duas imagens me vêem a mente, a degringolada igreja de Laodicéia do final do século I à qual as profecias foram proferidas, e em segundo plano, mas não obstante, a igreja cristã atual que está às vésperas da volta de Cristo.

Um olhar sensato e desprovido de ufanismo nos levará a um diagnóstico rápido e certeiro, essa confusão que encontramos e que muitos denominam como cristianismo descreve perfeitamente a religiosidade humana, entretanto parte nenhuma tem com a Igreja, o Corpo de Cristo. Não há mais intensidade em nossos relacionamentos, somos superficiais e relapsos no trato com o próximo, quanto mais em relação ao Senhor, a quem não vemos. Somos mornos e estamos a ponto de sermos vomitados da boca do Senhor e pronto para ser pisado pelos homens (Mt 5:13).

A Palavra do Senhor há muito já foi substituída por livros de auto-ajuda, a fé que professamos é oriunda de uma teologia triunfalista que procura trazer o céu para a terra e não espera mais por novos céus e nova terra (ap 21:1), exigimos a prosperidade ainda que para sustentá-la tenhamos que sacrificar o evangelho de Jesus, o hedonismo reina em nossas comunidades e o individualismo é a marca das bestas. Julgamos estar rico, mas a pobreza e a nudez nos assolam.

O Senhor Jesus está à porta e nos chama. Não sejamos duros de coração. Que haja sensatez, e assim reconheçamos que estamos desprovidos de salvação, graça, amor e do próprio Cristo. Que o bom juízo nos leve ao reconhecimento de nossa fraqueza, a compreensão da suficiência na graça de Jesus e não em nossa religiosidade.



Ruínas de Laodicéia

sábado, 13 de janeiro de 2007

Autenticidade

Pensar em autenticidade é tão complicado quanto enxergá-la

Em dias que a imagem é tão marcante

E o ter o mais importante

Ser já não é relevante


Verdadeiro

Real

Genuíno

Aquilo que se outorga fé

Autor a quem se atribui


Não é fácil

A confusão entre autor e ator vai além do u em questão

Não é apenas uma redução

É uma atuação


Para uma aquisição ou manutenção

Sempre vem a autenticação

Porém é apenas uma negociação

Só aí a enxergamos


Talvez a explicação mais plausível não seja a corrupção

Quem sabe em primeiro venha à desvalorização

Não da moeda, mas do homem


Atrevo me a ir além

A origem desse caos moral

Talvez seja nosso ancestral

Para muitos o macaco, para outros Adão

O fato é – esquecemos do Criador


Como pensar no autêntico longe de sua origem?


Assimilando o pensamento de Schaeffer

Esse é o espírito do anticristo – sua mensagem

Deturpam-se as palavras de Cristo

Calam-se os HAJAS de Gênesis

Exalta-se o acaso, a sorte, a superstição, o sucesso, a vitória, a imagem...

Tudo em detrimento da Verdade


A vaidade reina soberba

O hedonismo é o timão

A que atribuiremos a âncora?

É óbvio que estamos na contra-mão

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

ENTREM PELA PORTA ESTREITA


"Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram.”

Jesus Cristo (Mateus 7:13-14)

O final do Sermão do Monte é bastante interessante, a partir da metade do capítulo 7, Jesus conta 3 parábolas para ratificar os ensinamentos anteriores, dentre essas, encontramos a curta parábola acima que em apenas 2 versículos nos adverte aos perigos de uma vida displicente e indiferente aos ensinamentos de Cristo.

Lembremos as primeiras pregações de Jesus, cuja temática era: Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo (Mt. 4:17). Agora como desfecho, Cristo diz não ser fácil entrar no Reino, pois o arrependimento pregado por Ele é o estado da alma do pecador que o leva há uma mudança de vida, conhecida como o novo nascimento, uma obra espiritual, divina, com conseqüências visíveis e palpáveis no cotidiano do pecador arrependido.

Essa conversão, descrita pelo apóstolo Paulo tem dois aspectos, o divino e o humano. No aspecto divino ele diz na carta ao seu discípulo Tito: Mas quando, da parte de Deus, nosso Salvador, se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador (Tt 3:4-7). Ou seja, Deus na sua multiforme graça, exerceu misericórdia sobre o homem, atraindo-o a Si mesmo através da obra de Jesus, convertendo nosso coração. Por outro lado, Paulo afirma na sua carta aos romanos: Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:1-2). Ao mesmo tempo em que a obra é divina, somos exortados a uma vida piedosa, não se deixando embaraçar pelos prazeres desse mundo e muito menos a se conformar com este século, no qual o seu príncipe tem cegado a muitos e os levado a uma disposição mental reprovável. Por isso irmãos, acheguemo-nos a Deus, desprovidos de toda auto-suficiente, com coração sincero e humilde, oferecendo-nos como sacrifício a Deus.

Infelizmente, o cristianismo hoje em voga, não é o verdadeiro, mas um falso, promovido pelo espírito do anticristo. Aprendemos que todo caminho leva a Deus, e que a voz do povo é a voz de Deus. Mentira! Anulam as palavras de Jesus – Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vêm ao Pai senão por mim (Jô. 14:6); Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! ( Mt. 7:14). A situação da igreja evangélica também não é nada animadora, prega-se prosperidade, triunfo, glória, poder, cura, vitória, alegria, paz... fazendo de Cristo uma mera força positiva, ou um santo superior, ou ainda o Papai Noel de todos os dias.

Gostaria de trazer a nossa memória duas admoestações, a primeira do profeta Oséias: Semeiem a retidão para si, colham o fruto da lealdade, e façam sulcos no seu solo não arado; pois é hora de buscar o SENHOR, até que ele venha e faça chover justiça sobre vocês (Os 10:12). A próxima é do profeta Isaías: Busquem o SENHOR enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto (Is. 53:6). Amoleçam o coração, não se esqueçam de que nossa vida é curta e que o dia do Senhor se aproxima!

Na epístola de Judas, encontramos um apelo ao Jesus glorificado, a fim de que sejamos encontrados fiéis, e esse clamor que encerra a epístola cabe perfeitamente ao encerramento dessa meditação: Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém.