sexta-feira, 30 de junho de 2017

Os segredos do coração

“Pois ele (Deus) conhece os segredos do coração!” (Salmo 44.21, NVI)
A Bíblia faz afirmações sobre Deus que frequentemente nos assustam. Essa afirmação do Salmo 44 é uma delas: Deus conhece os meus segredos, aquilo que procuro esconder dos outros, ou até de mim mesmo – seja um fato, seja um desejo, um sentimento ou qualquer coisa sobre mim que eu não queira que venha a ser conhecido. E temos muitos motivos para isso, por exemplo, vergonha e medo.

Até mesmo da pessoa mais próxima é possível esconder coisas que demorem a ser reveladas. Porém, diante de Deus essa é uma situação impossível. É impossível enganar Deus. Não há como nos esconder de Deus, nem mesmo esconder aquilo que está no mais íntimo de nosso ser, muito bem guardado.

O salmista aqui é um levita, da descendência de Corá, um clã organizado pelo rei Davi para cuidar da música no templo. Nesse poema, ele opõe aos triunfos do passado as humilhações do tempo presente, provavelmente uma derrota militar que colocou a nação numa situação difícil e vexatória. Na súplica que ele faz a Deus, lembra que eles permaneceram fiéis à aliança (v.17-22), e Deus poderia constatar essa verdade por conhecer os segredos do coração. Coração é o termo antropológico mais importante do Antigo Testamento (lēb e lēbāb). Segundo O. R. Brandon, o termo é usado no sentido psicológico como o centro da vida interior do homem, a fonte dos motivos, o centro das paixões, o âmago dos processos do pensamento, a fonte da consciência.

A Bíblia nos ensina que o conhecimento dessa verdade sobre Deus deve nos levar ao arrependimento (Sl 139. 23-24 e Hb 4.12-13) e ao louvor a Deus (Sl 139.17-18 e Rm 11.33-36). Além disso, não podemos nos esquecer de que essa revelação sobre Deus deve conduzir o seu povo ao descanso, à paz, à autoimagem apropriada, à confiança, uma vez que o Deus verdadeiro, que conhece todas as coisas, inclusive o nosso ser, enviou o seu Filho Amado, Jesus Cristo, para nos trazer reconciliação, e nos selou com o seu Santo Espírito para garantir a nossa redenção.


Ao Deus, que conhece os segredos do meu coração e é poderoso para me guardar de tropeços e me apresentar puro diante da sua glória, a Ele todo o louvor!

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O Evangelho na casa de Priscila e Áquila

É impressionante como o evangelho estava presente na casa de Áquila e Priscila!
Áquila era judeu, natural do Ponto. Quanto à Priscila, não temos convicção de sua naturalidade.
Estamos falando de um casal hospitaleiro: acolheram o apóstolo Paulo em casa e no trabalho. Acolheram Apolo e o instruíram nas verdades do evangelho. Acolheram a igreja em sua própria casa: em Corinto (1 Co 16.19), em Éfeso e em Roma (Rm 16.3-5).
É impressionante a flexibilidade que essa família tinha para se mudar! Parece que, a partir do momento em que passaram a integrar a equipe missionária de Paulo, a mudança se tornou uma prática. Porém, o que mais impressiona é a forma como estavam conectados à igreja e à obra missionária, pois passaram a tomar as decisões de mudança em função das demandas do reino de Deus. Também vemos a coope­ração deles com a igreja ao identificarem a necessidade de discipulado de Apolo para melhor desenvolver o ministério. E participaram com aqueles que apoiaram Apolo na sua viagem missionária a Corinto.
O evangelho também tornou essa família cooperadora em particular no ministério apostólico de Paulo. Paulo os chamou de cooperadores e os recrutou para um trabalho pioneiro em Éfeso (At 18.18-19). Paulo mencionou que eles eram tão compa­nheiros, que arriscaram a própria vida pelo apóstolo (Rm 16.4).
Uma família transformada pelo evangelho coopera com ele sinalizando as suas virtudes e o seu poder. O evangelho faz isso conosco. Ele nos exorta à prática da hospitalidade, nos lembra de que somos chamados para compartilhar esse tesouro da fé em Cristo e nos leva para onde podemos servir melhor a igreja.
O evangelho já chegou à sua casa, como no exemplo de Áquila e Priscila? E a sua casa já transpira a graça, o poder e as virtudes do evangelho?