"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai". João 1.14
As Escrituras falam muito sobre a glória de Deus. No Antigo Testamento a
palavra utilizada é kabôd, derivada de uma palavra cujo sentido é
literalmente ‘ser pesado’. Glória traz a ideia de alguém carregado de riquezas
e poder e, portanto, revela quem é essa pessoa. No caso da divindade, também está
relacionada com a manifestação da luz, como observamos na visão do profeta
Isaías (6.1). A glória de Deus revela quem Ele é. Porque Isaías viu a glória de
Deus, que diz respeito a honra, a majestade e a retidão do nosso Senhor, ele
estava habilitado para falar sobre o Altíssimo (Jo 12.41). Isaías compreendeu
quem era Deus na voz dos Serafins clamando: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia
da sua glória” (Is 6.3).
Uma compreensão verdadeira de Deus só é possível pelo próprio interesse dele
em se revelar a nós; observamos isso na experiência do profeta Isaías e também no
ensino do apóstolo João (Jo 12.36-43). É Deus quem fala, e que simultaneamente
prepara o nosso coração e mente para receber essa revelação. Quando isso ocorre
passamos a nos entender melhor, sem rodeios e justificativas, percebemos a
verdade sobre nós – Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem pecador,
habito entre pecadores e agora os meus olhos viram o Rei! (paráfrase de Is
6.5)
A percepção correta do profeta Isaías acerca de si mesmo foi a partir da
revelação da glória do Senhor. Essa revelação não foi para juízo do profeta,
mas para sua salvação. Ele foi purificado com o fogo vindo do altar que
queimava a oferta (Is 6.5-7). Essa oferta que tirou o pecado de Isaías é a
mesma que tira o nosso pecado - o Cordeiro de Deus (Jo 1.29), Jesus Cristo. O
Verbo se encarnou e habitou entre nós, com mais glória do que o tabernáculo e o
templo revelavam de Deus, porque Ele não é uma representação, mas o verdadeiro
Filho de Deus (Jo 1.14).
O que o pecado faz conosco é nos levar a amar mais a glória dos homens do
que a glória de Deus (Jo 12.43). Em 2018 mantenha os olhos fixos em Jesus
Cristo, pois ele é a glória de Deus, a luz dos homens e a viva esperança (Cl
1.27). A partir daí será possível viver a altura da vocação recebida por meio
da glória de Deus, pois riquezas e poder já estão a nosso dispor (Efésios 1.18;
Cl 1.11).
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