A justiça e a paz se beijarão. (Salmo 85.10b, NVI)
A violência é produto da forma como vivemos; não é
um acidente nem uma entidade. O que presenciamos hoje em Viçosa, e no mundo, é
que a injustiça e a violência estão unidas por um beijo — o beijo da morte.
O Salmo 85 fala sobre avivamento: a restauração de
um povo que havia se perdido em seus pecados e por isso vivia muito mal. O amor
e a fidelidade não estavam mais presentes, tanto em relação à Aliança que
tinham com o Senhor, quanto no trato com o próximo. O desenvolvimento da
sociedade que despreza os dois maiores mandamentos é o consequente desprezo
pela vida. A insensatez toma conta dos indivíduos que se tornam indiferentes ao
Criador e recusam a sua ética, imaginando que podem encontrar maior felicidade
e satisfação vivendo do seu próprio jeito. Logo, o amor é substituído pelas
paixões e a vida não é mais orientada por aquilo que é virtuoso, mas meramente
pelos prazeres. Pronto, temos todos os ingredientes para uma sociedade egoísta,
permissiva e violenta. Não faltam exemplos disso nas Escrituras: a humanidade
no tempo de Noé, Sodoma, Gomorra, as cidades de Canaã, Nínive, Israel, Judá.
Em tempos de muita violência, o clamor pela paz
aumenta. Graças a Deus por esse clamor! C. S. Lewis diz que o sofrimento é o
megafone de Deus para um mundo ensurdecido. O Salmo é um lamento que pede
avivamento.
Precisamos lamentar, sim, mas não parar por aí.
Precisamos dizer basta, mas não podemos parar por aí. O evangelho nos ajuda a
entender o caminho da paz. Precisamos buscar o Senhor de todo o coração.
Precisamos proclamar o evangelho da paz em alto e bom som. E precisamos viver o
evangelho. Essa vida envolve o exercício de uma cidadania digna, compatível com
o evangelho (Fp 1.27).
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