quarta-feira, 10 de agosto de 2011

As virtudes da vida cristã

Reflexão sobre o texto de II Pedro 1:1-11


Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, mediante a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam conosco uma fé igualmente valiosa: Graça e paz lhes sejam multiplicadas, pelo pleno conhecimento de Deus e de Jesus, o nosso Senhor.
Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Por intermédio destas ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça.
Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento;ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade;à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor.
Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos.
Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados.
Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão,e assim vocês estarão ricamente providos quando entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

O apóstolo Pedro está escrevendo para todos aqueles que obtiveram fé em Jesus Cristo, como o justificador de todo aquele que se aproxima dEle e confia na suficiência de seu sacrifício vicário, desfrutando assim de todos os benefícios conquistados por Jesus na sua obra de redenção.

Além da redenção, ou seja, a remissão dos nossos pecados, nós fomos abençoados com todo o poder necessário para participarmos de uma nova vida, ou uma nova natureza, na qual nos tornamos co-participantes da natureza divina. Isso significa que a obra de Deus em nossa vida não produz tão somente salvação num futuro longínquo, mas redime a nossa vida e restaura em nós a imagem de Deus, trazendo implicações diretas na nossa maneira de viver. A promessa que aponta para um futuro de glória traz conseqüências diretas no cotidiano do cristão, orientando-o para uma vida focada na piedade e virtude.

O viver do cristão não é apenas um lamentar do mal e do pecado que tão terrivelmente nos assedia, mas a celebração da real libertação de uma vida que fora destinada à corrupção e a imoralidade. A vida cristã não é uma proposta de negação a tudo o que nos é oferecido, mas de confronto a tudo aquilo que é mal, injusto, opressor e imoral.

Neste contexto, a vida cristã deve se desenvolver com diligência e firmeza, apegando-se ao bem. Por falar em bem, a segurança que temos é que esse conceito de bem não é relativo e restrito a minha experiência individual de bondade, mas está manifestada na revelação de Deus a humanidade contida nas Sagradas Escrituras.
Assim sendo, somos chamados a uma vida que realmente se empenhe na imitação de Cristo, na experiência diária do provar a vontade de Deus e se submeter ao Seu senhorio.

Pedro desenvolve uma lista de virtudes que devem ser desenvolvidas na vida do cristão. Essa lista de virtudes não tem o objetivo de ser exaustiva e nem progressiva, mas sim de lembrar que a fé cristã deve estar diretamente associada com uma vida coerente, pela forma sábia de viver, sempre evidenciando a glória de Deus.

A lista de virtudes (fé, virtude/excelência, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor) mostra a relação entre si de cada virtude, e contrasta com uma vida relaxada, indiferente a santificação. Os indiferentes são aqueles que vivem na expectativa de um futuro que não tem harmonia ou ressonância alguma com o presente. Uma ilustração drástica é o homem que deseja longevidade de vida e não cuida de sua saúde, entregando-se a todo tipo de vício, ou o homem que deseja um bom emprego, mas não se empenha em qualificar-se profissionalmente. Este tipo de cristão é alguém que está fadado à falência de sua fé, pois a incoerência apenas produzirá histeria e hipocrisia.

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