Uma
reflexão sobre 2 Reis 22:1-23:3
Deus separou para si um povo, Israel, a quem se revelou e
essa revelação foi registrada/escriturada, revelação essa que damos o nome de especial, pois sem ela continuaríamos
perdidos tateando ao nosso redor procurando encontrá-Lo, mas perdidos e
corrompidos por conta de nossos pecados. Por meio de seu servo Moisés, Deus
trouxe ao povo de Israel o livro da Lei, conhecido pelos judeus como a Torá, que
compõe os cinco primeiros livros da Bíblia. Lá Deus deixou mandamentos e
instruções sobre como viver bem e em harmonia com a vontade de Deus, revelando
o Deus Criador e Sustentador de todas as coisas, o único Deus verdadeiro.
A ordem ao povo era dedicar-se a fé monoteísta revelada
no Pentateuco, amar e servir a Deus de todo coração e alma, aplicando-se por
guardar todos os mandamentos da Lei (Deuteronômio capítulo 6). Basicamente, o
povo tinha que escolher entre a vida ou a morte, a benção ou a maldição que
estava diante deles e dependia da obediência, fruto da Aliança com Deus (Dt 28
e 30).
Davi, conhecido com o rei segundo o coração de Deus,
advertiu seu filho Salomão, que para a sucessão do trono ele deveria guardar
todos os preceitos e mandamento de Deus, segundo a Lei de Moisés (1 Reis 2:3).
A situação de Josias era complicada, pois aos oito anos
de idade ela herdara o trono debaixo de uma catástrofe. O reino de Judá (o remanescente
de Israel) havia se afastado do Senhor durante os 57 anos de infeliz liderança
de seu avô (Manassés) e pai (Amom). Além de abandonar ao Senhor, a nação estava
imersa na idolatria, inclusive seu avô havia sacrificado seu filho como oferta
aos deuses, além de outras práticas detestáveis a Deus como consultar os
mortos, feitiçaria, homicídios e promoção da injustiça, provocando assim a ira
de Deus e promovendo a corrupção moral de toda uma nação.
Porém o jovem Josias distinguiu-se dos seus antepassados
por fazer aquilo que eles haviam abandonado, pois aos 16 anos de idade começou
a buscar Deus (2 Cr 34:3, Buscar-me-eis e
me achareis quando me buscares de todo coração Jr 29:13). A devoção de
Josias a Deus se convertia em ações práticas, como o abandono da idolatria, o
retorno as Escrituras e a renovação da Aliança entre Israel e o Senhor.
O retorno as Escrituras foi o grande responsável pelo
avivamento espiritual da nação de Israel, sobre a liderança de seu rei Josias,
muito parecido com a Reforma Protestante.
A Reforma Protestante, do século dezesseis, teve início
no dia 31 de outubro de 1517, quando o monge agostiniano, Martinho Lutero,
fixou nas portas da igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses contra as
indulgências, rompendo assim, com os desmandos do papado e com os desvios
doutrinários da igreja.
Os reformadores buscavam uma volta da Igreja aos
ensinos bíblicos, ao modelo de vida da igreja primitiva, descentralizado o
poder das mãos de uma liderança eclesiástica corrupta e distante dos leigos,
para uma experiência de fé pessoal e comunitária acessível a todos. Porém as ideias
dos reformadores não foram bem aceitas pela Igreja Romana, excomungando e condenando
o ensino daqueles que protestavam.
A reforma não foi uma inovação da igreja, mas uma volta
às Escrituras. Seu propósito foi fazer uma correção de rota e seguir pelas
mesmas pegadas trilhadas pelos apóstolos. A reforma colocou a igreja de volta
nos trilhos da Verdade.
- A verdade de que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática e devemos rejeitar decisivamente todas as doutrinas que não estiveram amparadas pelas Escrituras.
- A verdade de que a salvação é pela fé e não pelas obras. Não somos salvos pelas obras que fazemos para Deus, mas pela obra que Cristo fez por nós na cruz.
- A verdade de que somos salvos pela graça de Deus e não pelos méritos humanos.
- A verdade de que Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens, o único Salvador da igreja e o único Senhor do universo.
- A verdade de que a Deus pertence o poder, honra e a glória, agora e pelos séculos eternos.
Podemos fazer três aplicações simples que nos ajudarão a
desenvolver na fé, de maneira segura e correta.
- Não existe vida cristã sadia sem o conhecimento das Escrituras, por isso devemos nos aplicar a leitura e estudo da mesma como uma prática devocional diária.
- Todo conhecimento sobre a fé cristã que contrariar ou ultrapassar (ir além) o ensino das Escrituras deve ser rejeitado.
- Toda resistência à obediência às Escrituras deve ser combatida com oração e submissão do ‘eu’ a Deus.
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