sábado, 31 de julho de 2010
MarADentro
A idéia era compartilhas nossas experiências, reflexões e novos desafios. O trabalho ficou bem legal e muitos curtiram o material, o que nos incentivou a compartilhá-lo na rede. Já são 7 meses de história pra contar e reflexões pra compartilhar.
Portanto, segue o convite, visite o nosso mar: http://www.blogmaradentro.blogspot.com/
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Afinal de contas, o que é amor?
No grego tem quatro palavras distintas para o amor: ágape, philia, eros e storgé. Entretanto, como acontece com outras línguas, fica difícil separar os significados destas palavras. No Novo Testamento aparecem apenas duas dessas palavras: ágape e philia, referindo-se ao amor. A distinção das palavras tem como sugestão a diferença entre o amor natural do homem (philia) e o amor de Deus (ágape).
O apóstolo João diz em sua primeira carta que “Deus é amor” (1 Jo 4:8). João está dizendo que amor é um dos atributos de Deus, que o amor emana de Deus e jorra sobre a humanidade. Porém, o amor não é Deus, essa conclusão seria uma usurpação deste atributo de Deus e nos levaria a loucura de dizer alguns slogans “tudo por amor”, “toda forma de amor é válida”, “no amor não existem regras”, “o amor é puro”, “o amor é divino”, entre tantos outros.
Lewis vai dizer que “o amor só deixa de ser um demônio quando deixa de ser um Deus”. Todo amor humano, em seu auge, tende a reivindicar para si uma autoridade divina. Sua voz tende a soar como se fosse à vontade do próprio Deus.
O homem foi criado a semelhança de Deus (Gn 1:27), e em certo sentido podemos dizer que o amor nos assemelha a Deus. Quem ama está perto de Deus! Mas não podemos confundir essa proximidade como acesso a Deus. Quem ama se parece com Deus que é amor, porém não significa necessariamente que tem acesso a Deus.
C. S. Lewis vai se utilizar as quatro palavras gregas para dividir o amor em 4 categorias: afeição, amizade, eros, e caridade. Esse trabalho de Lewis foi importante, pois nos ajuda a entender melhor o conceito do amor e suas implicações vejam:
· Afeição (fraternal, storgé - στοργη) é o afeto com a família, especialmente entre os membros da família ou pessoas que se encontraram de outra maneira por acaso. É descrita como o mais natural, emotiva, e difundida forma do amor.
· Amizade (philia, φιλια) é uma forte ligação entre pessoas que compartilham um interesse ou uma vida comum. Lewis explicitamente diz que sua definição de amizade é mais estreita do que o mero companheirismo.
· Eros (έρως) é o amor no sentido de “estar no amor”, o amor romântico entre um homem e uma mulher.
· Caridade (ágape, αγαπη) é um amor altruísta, desinteressado, que busca o bem do próximo, dirigido a alguém que não depende de nenhuma qualidade adorável que o objeto do amor possui. Lewis reconhece este como o maior dos amores, e vê-o como uma virtude especificamente cristã.
Os três primeiros tipos de amor listados são chamados de amores naturais, e insuficientes em si mesmos, eles precisam de algo mais. O amor de Deus (amor absoluto), a caridade, permite que os demais amores permaneçam e que cumpram seus votos.
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 1 Co 13:4-7
“o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” Rm 5:5
Os dois textos acima são do apóstolo Paulo e nos falam deste amor de Deus (ágape, caridade). Podemos perceber no primeiro texto que o amor ao qual Paulo se refere serve como orientação para a expressão do nosso amor, falam da beleza deste amor e o quanto ele é desejado. Já o segundo texto nos diz que da mesma forma que provamos desse amor de Deus, Ele mesmo derrama esse dom (capacitação) sobre nós e permite que possamos buscar sua manifestação nos nossos relacionamentos cotidianos.
A definição de amor que o cristianismo traz ajuda a compreender melhor esse sentimento muitas vezes contraditório, responsável por atos tão nobres e tão vergonhosos. O amor nos assemelha a Deus, mas não necessariamente nos deixa próximos de Deus. O amor pode nos assediar com a idolatria. O amor é bom, mas devemos tomar cuidado, pois ele pode passar a ser um demônio no instante que passa a ser um deus para nós.
O amor altruísta de Deus deve ser buscado ardentemente por nós e ser inserido nos nossos relacionamentos, ele orienta e dignifica nossos amores, nos faz buscar a vontade de Deus e se interessar pelos desprezados.
Referência: C. S. Lewis. Os Quatro Amores. Editora Martins Fontes.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Adaptação de Filipenses 3:17-4:1
• O deus deles é o estômago, são egoístas e individualistas.
• Eles são orgulhosos de praticar o mal, andam errantes e distantes do Senhor.
• Só pensam nas coisas terrenas, a vida deles se resumem a comprar, construir, ajuntar, possuir, dominar, ter... a muito já esqueceram de ser e perderam por completo o reino de Deus de vista.
Irmãos, mas vocês não são assim. Lembrem que a cidadania de vocês é celestial, somos cidadãos do reino de Deus e esperamos uma pátria superior. Como peregrinos o exortamos para que lembrem de que o nosso Senhor Jesus Cristo voltará!
Enquanto aguardamos a volta do nosso Senhor, não devemos viver de qualquer jeito. Pelo contrário, todas as coisas estão sobre o domínio de Jesus Cristo. Tudo que somos pertence, sejam os sonhos como a profissão, família e amigos, relacionamentos e bens, dever e poder. Somos criaturas dEle e criados para andar nas boas obras.
Portanto permaneçam firme no Senhor!
sábado, 17 de julho de 2010
A libertinagem versus a pureza de coração
Por que um jornal de grande porte e com circulação nacional como este condena atitudes que reduzem a exposição de material pornô e os tacham de forma pejorativa como moralistas? Por que se condena tanto a existência de uma moral social? Talvez a pergunta seja outra, por que se entende o consumo sexual como um salto para a liberdade?
As Escrituras são enfáticas ao dizer que libertinagem é pecado. Inclusive ela foi definida pelo cristianismo como um dos pecados capitais (libertinagem, luxúria) e se contrapõe diretamente com a virtude da castidade, ofendendo grandemente o amor.
Em sua concepção moderna, o termo libertinagem refere-se à negação dos princípios morais do seu período, principalmente aqueles relacionados à moral sexual. As idéias de libertinagem não são novas, sempre existiram, entretanto se manifestaram mais intensamente no final do século XVIII, principalmente através da literatura e como uma forte oposição a moralidade cristã bastante forte na Europa Ocidental.
O gênero literário libertino, embora se expresse mais carregadamente através do sexo livre, tem como fundo o questionamento moral à sua volta. O centro do pensamento libertino está na satisfação do seu prazer pessoal, tido como a liberdade máxima que o ser humano pode alcançar.
“A libertinagem é muitas vezes dissecada em termos de seus componentes, como a promiscuidade, a pornografia, o adultério, o incesto, a sedução, a prositutição, o estupro; e ela é ainda descrita como um vício contrário à natureza. Mas em seu âmago, a libertinagem é a idolatria do sexo, uma expressão imoral e irrefreável do impulso sexual.
O contraponto da libertinagem é a pureza de coração. Enquanto a libertinagem é antiética e irrestrita, a pureza de coração é a devoção ética e disciplinada do coração. Enquanto a libertinagem cega e dissipa nossa força, a pureza de coração é uma concentração intensa de força, além de ser perspicaz” (Os Guinness).
Disse Jesus: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5:8).
Infelizmente a rejeição aos princípios bíblicos que norteiam o comportamento sexual do homem e da mulher esta cada vez mais presente em nossa geração. Em busca de uma aprovação do comportamento moderno e uma reconstrução da moral sexual, apela-se para uma renovação da mentalidade cristã. Pede-se uma releitura da fé através da interpretação das Escrituras a partir das nossas experiências pessoais e uma conseqüente flexibilização das doutrinas, que se ajustem a mentalidade do século XXI.
As Escrituras prevendo um possível afrouxamento moral da Igreja também fez um apelo pela renovação da mentalidade cristã, porém no caminho oposto, o caminho da pureza de coração ensinado por Jesus. Veja: E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2).
O caminho da pureza de coração leva o homem à proximidade de Deus, e conseqüentemente a provar a vontade de Deus no seu cotidiano. O controle dos impulsos sexuais e sua sujeição a moral de Cristo nos leva a constatar que aquilo que Deus fez é bom, agradável e perfeito.
A impureza sexual distância o homem da imagem de Deus e compromete seus relacionamentos, corrompe o amor e o esfria dos corações. Jesus diz que um dos sinais do fim dos tempos será a falta de amor - “por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará” (Mt 24:12).
Essa afirmação de Jesus faz nos lembrar de que aquilo que fazemos com nosso corpo e as fantasias que permitimos a nossa mente interferem diretamente naquilo que somos, molda nosso caráter.
Referência: Os Guinness. Sete pecados capitais. Navegando através do caos em uma era de confusão moral. Shedd Publicações.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Homem e mulher os criou...
Na segunda metade do século passado surgiu um movimento denominado feminista que iria mudar de vez os comportamentos de nossa sociedade. No princípio o movimento evocava boas condições de trabalho para a mulher, a valorização da mulher numa sociedade exclusivamente machista e em certo sentido opressora as mulheres. O sucesso das reivindicações levou o movimente a exigir direitos iguais entre ambos os sexos, e cada vez mais minimizando as diferenças, por fim desenvolveu-se a mentalidade do unissex, negando as diferenças entre os sexos e procurando erradicá-las.
A sociedade mostra-se confusa a cerca do masculino e feminino. Seriam os estereótipos de gênero, dados por Deus a toda sociedade humana (Gn1:27) ou são uma maldição resultante da Queda (Gn 3:16)?
No livro de Efésios (5:22-33) Paulo fala que a mulher deve sujeitar-se ao marido, pois ele é o responsável pela família (5:22-24) e diz ao homem que ele deve amar a sua esposa assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela. Muitos cristãos acreditam que Paulo está ensinando um conceito de submissão mútua, na qual a mulher se submete ao marido e o mesmo se submete a mulher, pois os dois devem caminhar juntos em dependência e amor.
O termo complementaridade ensina que os homens e as mulheres, embora iguais quanto as posições (Gn 1:27; Gl 3:28), foram criados diferentes (Gn 2:18). Suas diferenças se complementam, umas às outras. Visualize as chamadas fraquezas e forças dos homens e das mulheres fazendo listas delas em colunas. Se você puder dar um valor numérico a cada uma, a soma no fim de ambas as colunas vai ser a mesma. Sejam quais forem os menos e os mais de cada lado da masculinidade e da feminilidade, eles vão se equilibrar. É intenção de Deus que eles sejam o complemento perfeito uns dos outros, de modo que as fraquezas de um e de outro não sejam mais fraquezas, mas complementos que extraem diferentes forças uns dos outros.
Essas diferenças entre o s sexos devem ser valorizadas e estimuladas, deve haver espaço na sociedade e na igreja para a sua manifestação, e não devemos seguir o caminho de erradicá-las, pois elas completam e tornam inteiro o ser humano.
sábado, 3 de julho de 2010
Consciência moral
Na cultura de hoje há um pensamento moderno que prevalece em nossos diálogos, de que não existe mais certo ou errado, pensamento este que chamamos de relativismo moral. Para tudo há uma explicação, uma razão de ser, e por isso não podemos dizer que existe um ponto de referência, algo que seja correto em todos os tempos e em qualquer cultura. Será que isso é verdade?
Por outro lado há uma premissa básica defendida pelos cristãos de que todo indivíduo simplesmente sabe o que é certo ou errado, devido uma lei moral que sempre existiu em todas as culturas.
De acordo com o dicionário Aurélio, consciência refere-se à capacidade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados, ou seja, é a capacidade de julgar se é certo ou errado algum ato realizado pelo ser humano.
O que a Bíblia diz
Após o homem ser expulso do Paraíso, no capítulo 4 do livro de Gênesis é narrado o primeiro homicídio da humanidade. Caim mata seu irmão Abel por invejá-lo. O interessante é que Deus adverte Caim antes de cometer este ato e diz que ‘o pecado jaz à porta, mas a ti cumpre dominá-lo’, ou seja, você tem desejos, mas nem todos eles devem ser satisfeitos, você deve fazer o bem e rejeitar o mal. Com isso Deus está afirmando que Caim tem plenas condições de discernir o bem e o mal antes de praticá-los, de avaliar suas vontades.
Paulo explica, em Romanos 2:14-29, que a revelação geral de Deus sobre Si mesmo como Deus bom que exige o bem, confronta os homens com a responsabilidade moral. Na verdade, entender ou ‘ouvir’ a consciência é algo que precisa ser ‘aprendido’ ou ‘treinado’. Para os judeus, Deus os deu a lei tornando explicitas as expectativas morais. Paulo fala que para os gentios eles fazem ‘por natureza’ aquilo que é requerido pela lei. O que será que Paulo quer dizer com a expressão ‘fazem por natureza’?
Paulo está dizendo que existe uma consciência em toda humanidade, independente da cultura, que permite ao homem julgar seus atos e da sociedade, discernindo o que é bom e o que não é. A isso damos o nome de Lei Moral.
Interessante que está lei não determina o que o homem irá fazer, mas o orienta para saber o que é correto fazer em determinada situação, ou seja, a capacidade do homem desobedecer a essa lei é justamente o que nos diferencia dos animais. Somos capazes de avaliar nossos instintos e agir de acordo com a consciência que há em nós, isso nos torna único na criação e próximos de Deus, semelhantes.
Podemos concluir duas coisas sobre a Lei Moral:
1 - Todos têm essa noção, a consciência, e por mais que tentem negar não conseguem se livrar dessa noção.
2 – Na prática nem sempre eu consigo cumprir a Lei Moral, e quando alguém me adverte que a descumpri logo me vem à cabeça milhares de desculpas.
Através da Lei Moral podemos descobrir a culpa, que somos transgressores. Mas também podemos descobrir a Verdade.
No livro de 1 Timóteo 4:2, Paulo usa uma expressão para descrever o homem que se opõe deliberadamente a Lei Moral como aquele que cauterizou a sua consciência, que age de modo a destruí-la. Essa é a imagem de alguém que vive constantemente em conflito consigo mesmo, que procura negar a Verdade ainda que lhe seja o resto de sobriedade que lhe sobre.
“Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos entretanto, da fé, para a conservação da alma.” Hebreus 10:39
Coerência com a verdade
A Lei Moral não significa necessariamente o que os homens fazem, mas o que os homens deveriam fazer ou não. Você pode estar se perguntando, de onde vem essa Lei Moral?
Essa consciência não foi criada por um código moral da sociedade, pelo contrário, os comportamentos de uma cultura provêm da Lei Moral, ainda que falhos e limitados. Ela não foi criada pelo homem, e essa noção indica haver um Guia que diz que existe um jeito certo de viver.
Logo, quando Paulo fala de uma ‘lei gravada nos corações’, ele está dizendo que essa consciência é uma evidência de que Deus dirige o universo e se manifesta em mim com uma lei que me incita praticar o certo e me faz sentir incomodado e responsável pelos meus erros.
Ora, a Lei Moral é boa e serve como guia para a humanidade fazer a vontade do Criador. Porém ela é insuficiente para que eu não seja um transgressor do bem e promova o mal, ela orienta e mostra o mal que deliberadamente eu faço.
Paulo vai descrever mais para frente na sua carta aos romanos esta tensão que ele vive, pois ele reconhece o Criador e sabe o que é o bem, porém muitas vezes ele se encontra fazendo conscientemente o mal. Essa afronta a consciência é resultado do nosso estado pecaminoso, e a percepção deste terrível estado nos leva ao lamento, ao arrependimento.
A boa notícia é que não estamos sozinhos, lançados à nossa própria sorte. Em Jesus Cristo gozamos redenção, um caminho de volta à comunhão com o Pai.
“(por meio de Jesus Cristo) temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós” Efésios 1:7-8