Jesus disse que um dos sinais escatológicos, do juízo de Deus, seria o aumento da maldade e conseqüentemente da violência. A maldade que está presente na criação desde a queda do homem, aumenta exponencialmente, ela não tende a encontrar um equilíbrio, mas a proliferar. Jesus disse que a maldade está diretamente relacionada com o esfriamento do amor, estado esse que cada vez mais distancia a humanidade da imagem de Deus. Ver Mateus 24.
O homem distante de Deus tende a se distanciar do próximo. Essa distância não significa necessariamente isolamento físico, mas um individualismo que promove o egoísmo - ausência de interesse pelo bem estar do próximo, um desprezo pelo relacionamento. O próximo serve apenas como objeto de troca, uma possível fonte de prazer. As conseqüências levadas ao extremo deste comportamento é o esfriamento do amor, e conseqüentemente o aumento da maldade.
A vontade de Deus é a nossa santificação, e quando o assunto é a nossa sexualidade, a orientação do Senhor é que cada um saiba possuir seu próprio corpo e que ninguém ofenda ou defraude seu irmão, um padrão elevado que em nada se assemelha ao comportamento moderno. Somos instruídos a nos abster da imoralidade sexual e honrar tanto o nosso corpo quanto o corpo do nosso próximo. Ver 1 Tessalonicenses 4:3-8.
A violência sexual é uma agressão contra o próximo, não apenas uma agressão física, mas também emocional e moral. Ela se caracteriza como um abuso do outro a fim de obter prazer sexual, através da relação de domínio-submissão-controle.
A vítima de abuso sexual sofre não apenas na hora da violência, mas existem marcas profundas que hão de acompanhá-las por muito tempo e interferir direta e indiretamente no restante da sua vida. Na história de Tamar (1 Samuel 13), filha do rei Davi, que foi violentada pelo próprio irmão (Amnom), uma tristeza enorme invadiu sua alma e converteu-se em angústia, algo que o choro e o tempo não foram suficientes para resolver.
Infelizmente, o abuso sexual é muito encoberto, principalmente no meio evangélico, dando a impressão de que não temos este tipo de problema, mas isso é mais freqüente do que se imagina. Lembre que principalmente no caso das crianças e adolescentes, o abuso sexual pode ser algo freqüente e não pontual.
Por não tratarmos adequadamente o abuso sexual, temos várias pessoas sofrendo, cheias de feridas, sem poder tratar, curar e restaurar a vida delas.
A omissão também faz com que o agressor continue livre para praticar mais violência sexual com outras pessoas. Por mais difícil que seja, precisamos de coragem para enfrentar esta desgraça e evitar que esse mal se alastre ainda mais.
Não podemos nos omitir ou aprovar qualquer que seja o meio ou ocasião de abuso sexual, pois as duas situações não são compatíveis aos discípulos de Jesus Cristo.
A violência sexual é pecado, uma atitude anticristã , o oposto do mandamento que nosso Senhor Jesus nos deu - amar o nosso próximo como a nós mesmos. No Brasil violência sexual é crime, e deve ser combatido e punido com rigor.
As vítimas de violência sexual precisam de toda nossa atenção, apoio e carinho, para se recuperarem dessa agressão. A restauração das vítimas sexuais é compatível com a mensagem cristã de esperança e a obra de Cristo é suficiente para renovar o abatido.
Por sua vez, o agressor também precisa conhecer o evangelho e reconhecer sua maldade, e o sacrifício de Jesus Cristo é suficiente não somente para perdoá-lo, mas também para mudá-lo.
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