terça-feira, 16 de novembro de 2010

A verdadeira espiritualidade

A grande pergunta para o cristão que provou dos benefícios da obra redentora de Cristo é esta: Visto o que Deus fez por nós, como deve o seu povo viver?
 
Responder essa pergunta é essencial para entendermos porque não fomos direto ao céu ao provarmos da salvação. Deve existir um propósito de Deus para que vivamos de forma digna e coerente com a fé que professamos.

No capítulo 12 de sua carta aos romanos, Paulo afirma categoricamente que existe um modo correto de viver. Abandonar os padrões deste mundo em desacordo com Deus e deixar que a renovação de mente, pelo poder do Espírito Santo, transforme nossas vidas harmonizando-se com a vontade de Deus. Esse seria o modo digno de viver, em conformidade com o evangelho de Jesus.
“O serviço prestado por vidas obedientes é a única resposta razoável ou lógica a graça de Deus” Francis Foulkes
Isso quer dizer que não vivemos de qualquer jeito, pois a redenção em Jesus não se resume em nos livrar da condenação do inferno, mas antes numa real oportunidade de desfrutar a liberdade (Jo 8:31-36), ser livre para fazer o bem e romper definitivamente com o mal (Rm 12:9,21).

O modo de viver cristão exposto por Paulo nos expõe a verdades que não podemos desprezar ao longo de nossa peregrinação.

1. Tudo o que somos ou fazemos, todo o nosso dia, toda nossa vida pertence ao Senhor
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1).
Não há espaço no nosso ser e na nossa agenda que Deus deva ficar de fora.

2. Jesus Cristo é o nosso modelo de vida, nosso parâmetro de moralidade
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2).
A sociedade não é para nós parâmetro de vida ou moralidade, não devemos nos contentar com uma vida desgraçada e alheia a Deus.

3. A soberba deve ser combatida com todo entusiasmo
“Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12:3).
Quando pensamos em nós mesmos, devemos tanto evitar uma estimativa alta demais como uma avaliação baixa demais a cerca de nossa pessoa. O evangelho de Deus é a primeira medida para nos avaliar.

O evangelho resgata nossa dignidade, mostro nosso valor como filhos de Deus. Porém a soberba não é tolerada por Deus, ela nos torna cegos e egoístas.

4. Fomos chamados pelo Senhor para fazer parte de sua Igreja
“assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros...” (Rm 12:.4-8).
Não existe vida cristã solitária. Os dons distribuídos por Cristo têm uma função comunitária de desenvolvimento de todos, de interdependência do grupo. O isolamento, ou a auto-suficiência indicam uma disposição mental contrária e reprovável ao reino de Deus. Devemos nos esforçar fortemente para manter a unidade do Espírito, a Igreja. E para isso não devemos poupar esforço algum. A iniciativa é sua! Faça algo!
"A unidade não é uma uniformidade, ou seja, o propósito da igreja não é fazer dos cristãos réplicas exatas, como se tivessem sidos produzidos em massa nalguma fábrica celestial. Pelo contrário, a unidade da igreja, longe de ser enfadonha e monótona, é emocionante na sua diversidade. Não é somente devido a nossas diferenças culturais e de temperamento, mas sim, por causa dos diferentes dons que Cristo distribui para o enriquecimento de nossa vida em comum." John Stott
5. O amor deve dominar a nossa vida
“O amor seja sem hipocrisia” (Rm 12:9).
A vida nesta grande família chamada Igreja se dá pelo regime do amor. O amor do próprio Deus é derramado em nosso coração (Rm 5:5) por meio do Espírito de Deus que habita no cristão e na comunidade dos santos. Esse amor permite o exercício das virtudes, que por sua vez possibilita uma comunhão íntima e verdadeira, ora suportando, ora sendo suportado.
“Se o amor é o acúmulo da virtude e a hipocrisia a síntese do vício, quanta contradição seria colocar os dois juntos.” John Murray
6. A nossa missão é promover o bem, ainda que isso nos cause prejuízos
“Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (v.9, 21).
Não há como ser neutro. A única forma de romper com a corrente do mal é seguir o caminho da cruz, essa sim é a obra prima do amor. Isto envolve ser imitador de Jesus, encarnar seus ensinos, transbordar do seu amor, promover o bem e perdoar em todo tempo.

O evangelho é exatamente isso – romper com o mal. A demonstração da misericórdia de Deus aos pecadores indignos e indesculpáveis. Como nós que fomos alcançados por ele poderíamos nos escapar dessa missão?

Que o Senhor nos ajude a viver a espiritualidade de Jesus, como promotores do reino de Deus, louvando a Deus e caindo na graça de todo povo.

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