sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

De que lado você está?

O Salmo 37 nos fala sobre a sabedoria para a vida, fala ao homem como encontrar dias felizes.
      foto Liz Valente
1.    Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.
2.    Pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde.
3.    Confia no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade.
4.    Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração.
5.    Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará.
6.    Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia.
7.    Descansa no SENHOR e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios.
8.    Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes; certamente, isso acabará mal.
9.    Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no SENHOR possuirão a terra.
10. Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar e não o acharás.
11. Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz.


O Salmo inicia com dois conselhos importantes:

1. Não te indignes (aborreças, enfades) por causa dos malfeitores (homens maus)
2. Nem tenhas invejas dos que praticam a iniqüidade (dos perversos)

Os dois conselhos andam juntos (vs 1, 7 e 8). Eles nos falam de como deve ser a nossa relação com os homens maus, com a maldade, com a iniqüidade.

Essas recomendações tratam de dois extremos que somos puxados para transitar quando lidamos com pessoas perversas, quando sofremos o mal. Ou somos consumidos pela ira, tornando-se fúria, obscurecendo o nosso bom senso. Ou somos tentados a caminhar por esses atalhos, caminhos errados, seduzidos pelo aparente sucesso que esses homens demonstram com suas trapaças e opressões.

Victor Frankl, um psiquiatra austríaco e judeu, que sobreviveu ao campo de concentração nazista disse o seguinte ao reforçar a sugestão do salmista: “ninguém tem o direito de praticar injustiça, nem mesmo aquele que sofreu a injustiça.” Um ótimo conselho seria: controle sua raiva, jogue no lixo sua ira. Isto apenas deixa as coisas piores.


Mais qual seria o contraponto para viver e enfrentar a injustiça (maldade)?

Olha para frente (vs. 2 e 10)! Não seja dominado pelas circunstâncias. O salmo nos diz que o mal é temporário, em contraste com o bem que é eterno. O salmista nos lembra da transitoriedade do homem mau, dos promotores do mal. Eles passarão e não se sustentará suas obras, a visão em longo prazo nos mostra que eles não terão futuro!

Olha para cima (vs 3-7)! O Salmo também nos fala sobre o sentido da vida. ‘Confia no Senhor’! ‘Deleite-se no Senhor’! ‘Entregue seu caminho ao Senhor’! ‘Descanse no Senhor’! O salmista nos lembra que não estamos sozinhos. O Criador se revela como Deus pessoal, relacional. Sempre presente, sempre agindo. Um Deus que tudo vê e que não nos deixou a nossa própria sorte, mas que intervém. Por isso tudo, mantenha comunhão com o Senhor.

Agora que conseguimos recuperar o nosso bom senso, o salmista vai além. Seja construtivo! Faça o bem (vs.3)! A única forma de enfrentar o mal é não deixar ser vencido por ele. “Vença o mal com o bem (Romanos 12:21)”! Esse é o modo de quebrar a corrente do mal, e ser promotor do bem.

Os que assim vivem encontrarão abundância de vida. Como o Senhor Jesus disse no Sermão do Monte – Bem aventurado os mansos, porque herdarão a terra (Mateus 5:5). Manso é aquele que escolheu o caminho da fé pacientemente, em comunhão com o Senhor encontrará força interna suficiente para obter uma vida equilibrada e regrada, uma vida com qualidade.


Por que eu estou falando isso?

A nossa sociedade precisa de mais cidadãos engajados com a promoção da justiça, que se alimentam da verdade, ainda que essa escolha lhes custe algum preço. Pessoas cheias de ideais e sonhos, firmes nos seus valores. Cristãos que não negociam com a iniqüidade, mas que antes confiam no Senhor.

Concluo com mais algumas palavras de Viktor Frankl: “As pessoas descentes formam uma minoria. Mais que isso, sempre serão uma minoria. Justamente por isso, o desafio maior é que nos juntemos à minoria. Porque o mundo está numa situação ruim. E tudo vai piorar mais se cada um de nós não fizer o melhor que puder”.

Por Pedro Paulo
Mar ADentro - edição 10 - out - 2010
Publicado Originalmente em Mar ADentro

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Libertinagem: sexualidade fantasiosa

Vivemos numa sociedade hedonista – orientada pelo prazer e este centralizado no sexo, que distorce o nosso conceito de felicidade e se confunde também com a realização do ser humano. Um ambiente no qual a libertinagem é apresentada como um bem a ser conquistado pelo homem.

A exploração do sexo na mídia é um exemplo de como estamos entorpecidos de tanta miséria. O homem deseja uma mulher coisificada, um mero objeto a ser possuído, que trará prazer e fortalecerá sua masculinidade. A mulher por sua vez procura ser desejada de qualquer forma, sensual e provocante atraindo a atenção e os olhares dos homens, exercendo domínio e poder através da luxúria, um falso conceito do que é ser feminino.

O amor foi reduzido nas relações como conseqüência direta da falta de comprometimento entre as partes. Possuir o outro de forma barata e descartável é vantagem aos olhos desses que andam como bêbados em plena luz do dia, sem perceber que essa vida individualista só conduz ao vazio, uma vida solitária e de constante insatisfação. Quanto mais possui menos saciado se sente, pois o prazer explorado é efêmero e descartável, como uma fonte não renovável.

O perigo de se envolver nesse jogo é conhecer e explorar a sexualidade de forma fantasiosa, enganosa, egoísta e má. Viver assim, explorando e sendo explorado, acaba por promover relações de instabilidade, descartáveis, sem compromisso e segurança emocional, totalmente desequilibrada. Uma instabilidade que leva a incontinência.

Imagine uma lata de refrigerante violada (aberta), sem gás, na temperatura ambiente. O que o fabricante diria sobre este produto? Provavelmente que ele não está dentro das especificações e que deixou de ser o produto original, que não passaria pelos padrões de qualidade, e que inclusive poderia comprometer a saúde do consumidor. O fabricante poderia dizer isso porque ele criou o produto e sabe identificá-lo, por isso ele traz consigo uma série de especificações. Estas nada têm haver com diminuir a satisfação (prazer) que o produto traz, mas pelo contrário, garantir que o consumidor encontre essa experiência. O mesmo podemos dizer sobre a libertinagem, esta seria como um refrigerante que perdeu sua característica original. E quem define isso é o próprio Criador, ou você acha que teria alguém melhor para nos orientar?

O contraponto para essa vida desgraçada é a pureza de coração. O monoteísmo é a oposição aquela vida que idolatra o sexo. O amor a Deus, comunhão e transcendência, é o caminho para encontrar perdão e força, misericórdia e graça.

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
Mateus 5:8

sábado, 25 de dezembro de 2010

O nascimento do Salvador Jesus (Jogral de Natal)

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.

O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.
A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre.

O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.

Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.
Deleitar-se-á no temor do SENHOR; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres e decidirá com eqüidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso.
A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade, o cinto dos seus rins.

O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.

Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).

Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.

Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

Eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
E, subitamente, apareceu uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.

Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Jesus é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

Disse Deus: Jesus é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem em Jesus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

Jesus é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.

Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades.

Tudo foi criado por meio de Jesus e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O verdadeiro sentido do natal

O feriado do Natal é muito comemorado no Brasil e em vários países do mundo, seja por pessoas cristãs ou não. É um momento tradicional de reunir a família em volta da mesa, trocar presentes, enfeitar a casa e para muitos uma desculpa para afrouxar os freios morais e sociais.

Não há nada de errado em reunir a família ou trocar presentes. O problema é que muitas vezes acabamos por nos esquecer do verdadeiro sentido do Natal. É muito comum nos esquecer o que estamos celebrando nesta data, e conseqüentemente substituir a adoração a Jesus por ideais de fraternidade que os elementos desta festa possuem, substituindo as boas novas do menino Jesus pelos presentes e glamour do Papai Noel.

O nascimento de Jesus, o Salvador foi anunciado pelo profeta Isaías 600 a.C.
Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios.
O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.
Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos.
Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas; porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo.
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.
Isaías 9:1-7
O profeta nos trouxe a esperança de redenção por meio de um menino que viria ao mundo. Esse menino traria consigo luz ao mundo, as pessoas que andavam sem saber para aonde estavam indo (sem direção) seriam guiadas por esse bom pastor. Essa criança viria desfazer essa sombra da morte que aterrorizava a todos, o desespero de viver em inimizade com o próprio Deus.

A alegria de receber esta criança é comparada como momentos de festa pela provisão de uma grande colheita, ou pelo alívio de sair vitorioso na guerra. Essas imagens se assemelham muito com a missão do Messias, trazer libertação para os oprimidos pelo pesado jugo de seu opressor, saciar a fome daqueles que a muito se desviaram de Deus e não encontram alimento noutro lugar.

O menino que Isaías anuncia traz uma grande missão sobre os seus ombros, reconciliar o homem com Deus. Trazer a verdade, justiça e paz para um mundo em caos, essa sim a imagem final de seu trabalho.

Os nomes que a criança carrega consigo mesma nos revela sua identidade, o caráter de sua missão. A sabedoria que acompanha Jesus é sublime, Ele veio testemunhar a verdade. Seu reino não terá fim. E a salvação estará ao alcance de todos. A esperança que raiou, envolve a encarnação do Filho de Deus, seu nome será Deus forte. A imagem que o profeta nos apresenta é do próprio Deus intervindo na nossa história, nos amando e trazendo salvação. O mistério do Deus-homem vivendo e habitando entre nós, se humilhando, servindo e redimindo a sua criação.

A garantia que o profeta oferece é o zelo de Deus. O amor do próprio Deus é que fará isso. A intencionalidade é toda do Pai, sua misericórdia e graça nos levarão a esta realidade.

As palavras de Isaías não caíram por terra. Esse novo reino foi inaugurado pelo advento de Jesus, o menino que há mais de dois milênios trouxe a paz, Deus para perto de nós.
Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).
Mateus 1:20-23

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A nova humanidade

“Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos {ambos: judeus e gentios} fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito.
Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” Efésios 2:11-22

Paulo escreveu a carta de Efésios para cristão que em sua maioria não eram judeus, chamados pejorativamente de gentios, aqueles que não faziam parte da aliança de Deus com Israel.

A revelação de Deus à humanidade passa pela cultura judaica. Por mais de 2000 anos Israel foi a única nação monoteísta na face da Terra, em oposição ao politeísmo praticado pelas demais nações. A religião pagã estava centrada no conceito da existência de vários deuses que lutavam entre si pela hegemonia, corrompidos como os homens e inflamados por todo tipo de vício presente na humanidade. Esses deuses eram responsáveis pelos favores e pelos males que sobreviam ao homem. Para alcançar o favor de um deus pagão era necessário convencê-lo deste bem, isso envolvia relações de trocas e boa capacidade de persuasão.

Embora o paganismo possuísse uma infinidade de deuses, ao ponto de inclusive fazer um altar ao ‘deus desconhecido’ - tamanho era o receio de enfurecer uma dessas divindades, a sua religiosidade estava sem o Deus Verdadeiro, e por isso mesmo se mostrava inútil. Os gregos possuíam uma visão cíclica da história, na qual não havia um alvo para o qual todas as coisas estavam convergindo. Não havia ‘futuro’, esperança, estavam sem Deus no mundo.

O cenário desolador descrito pelo autor é rompido pela boa notícia de que Deus trouxe para perto àqueles que estavam longe, por meio do sacrifício vicário de Cristo. O objetivo de Deus era criar em si mesmo (em Jesus), dos dois povos, um novo homem.

A obra de reconciliação realizada por Jesus é anunciada por Paulo com entusiasmo, e seus privilégios são facilmente percebidos. O privilégio de ter acesso a Deus não cabe mais a um grupo étnico, logo todos estão em pé de igualdade perante Deus. O acesso a Deus não é mais por leis cerimoniais, mas ousadamente podemos nos aproximar do Santo dos Santos, o trona da graça de Deus, pelo novo e vivo caminho que Jesus nos abriu pelo seu corpo. A relação com Deus não está mais condicionada a mediação dos sacerdotes, ao templo de Jerusalém, mas a mesma glória de Deus que enchia o templo hoje habita em nós por meio do seu Santo Espírito.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PREGUIÇA OU ACÍDIA


O preguiçoso fica em casa e diz: “Se eu sair, o leão me pega.”
O preguiçoso vira de um lado para outro na cama. Ele é como uma porta que gira nas dobradiças, mas, de fato, não sai do lugar.
Existe gente que tem preguiça até de pôr a comida na própria boca.
O preguiçoso acha que ele sozinho sabe mais do que sete homens capazes de dar respostas certas.
Provérbios 26:13-16
Ao contrário do que muitos pensam, a preguiça é um pecado do espírito e não da carne. Sua exclusividade está no fato de ser um pecado de omissão, e não de comissão, a ausência de uma atitude positiva, e não a presença de uma atitude negativa. 

A preguiça é muito mais que moleza, ociosidade física ou um estado de ‘letargia viciada em televisão’. Ela é a condição de desânimo espiritual explícito que desistiu de buscar a Deus, à verdade, ao bom senso e ao belo.
“Relaxar não é preguiça. A pessoa que nunca relaxa não é santa, mas nervosa.” Peter Kreft
Na realidade a preguiça é a melancolia moderna que nasce do ódio a todas as coisas espirituais que requerem esforço. A preguiça não suporta dificuldades ou penitência.

Mesmo que a preguiça possa começar com a indiferença negligente de certos ideais, seu estado final é de desespero em relação à possibilidade da salvação – basicamente uma forma de suicídio espiritual. 

Texto extraído de Os Guiness, livro Os Sete Pecados Capitais.

Uma palavra muito utilizada para descrever este pecado capital é a acídia. Este termo se refere à indiferença e a tristeza, que resultam num abatimento do corpo e do espírito.

Ou seja, a preguiça não é apenas uma aversão ao esforço físico, ao trabalho, mas também uma aversão ao esforço mental, resultado direto do desinteresse espiritual. A pessoa preguiçosa é uma pessoa insatisfeita com a vida, desinteressada com as pessoas e negligente para com a verdade.

Embora a acídia não seja originalmente a tentação do jovem, eles não estão imunes a ela. A indiferença pelas coisas espirituais e pelos valores da humanidade são sintomas de sua terrível presença em nosso meio.

O encontro com a pecaminosidade humana através do mal que advém desta tragédia, destituído da esperança da redenção da humanidade proposta pelo cristianismo, é um combustível poderoso para produzir pessoas amargas e desesperançosas.

O contraponto da preguiça – fome e sede de justiça

O contraponto da moleza espiritual é o anseio apaixonado pela justiça, a essência da busca. Nas palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos” (Mt 5:6).

A satisfação com o que é reto e justo é seguida apenas da insatisfação com qualquer coisa menos que isso.