“Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele. Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava.” (Marcos 10:13-16).
A desumanização da criança na antiguidade tem paralelo no abuso, maus tratos e abandono das crianças de hoje. A Declaração dos Direitos das Crianças pela ONU em 1959 é o marco do início de uma luta pela defesa, promoção e proteção dos direitos da população infanto-juvenil. Porém o cristianismo iniciou sua luta pela dignidade e valorização da criança muito antes, veja o que o nosso Senhor Jesus nos ensinou.
Jesus valoriza as crianças
Embora os adultos ignorassem as crianças e os próprios discípulos de Jesus julgassem que seu Mestre não havia tempo para desperdiçar com estas pela sua inutilidade, Jesus os contraria e valoriza as crianças. Jesus traz as crianças para o centro das atenções e repreende aqueles que tratam as crianças com descaso, Jesus as valoriza e ressalta sua dignidade mostrando que o reino de Deus também pertence a elas.
Jesus chama atenção para o cuidado com as crianças
Jesus nos adverte a não embaraçar (complicar, impedir) os pequeninos de achegarem a Ele. Temos essa missão de conduzir as crianças ao conhecimento do Salvador. Também temos a missão de prover espaços e oportunidades para o desenvolvimento das crianças em nossa comunidade, na igreja.
Com exceção de Adão e Eva, todo ser humano passa pela infância. O próprio Senhor Jesus veio ao mundo como criança e se desenvolveu entre nós. A importância do ambiente familiar para o desenvolvimento da criança é de extrema importância. A escolha de Maria e José para receberem a graça da adoção/paternidade sob o menino Jesus não se deu pelas suas posses (eram humildes, pobres), mas a retidão do caráter de ambos foi fator determinante (Mateus 1).
O cuidado com a criança é importante e merece a atenção de todos. A criança não pode padecer de fome, de maus tratos, de educação, de um lar e do evangelho. O desenvolvimento integral da criança é de responsabilidade nossa e não podemos nos esquivar desse dever.
Jesus ilustra o reino de Deus com as qualidades das crianças
Jesus advertiu seus discípulos dizendo que as crianças também fazem parte do reino de Deus, que elas têm valor e são dignas de nossa atenção e cuidado. Mas Jesus não parou por aí, Ele comparou algumas virtudes das crianças com a vida no Reino, indispensáveis aos seus seguidores.
“Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.” Obviamente Jesus não está dizendo para nos comportar de maneira infantil, imatura. Somos advertidos a receber o reino de Deus como uma criança recebe alguma coisa, com entrega e intensidade. O reino de Deus não é daqueles que se acham “dignos”, é um presente e deve ser recebido e valorizado como tal.
“O reino de Deus pertence aos que confiam, são receptíveis e amigáveis, e que permanecem íntegros face às dificuldades e desilusões, ao cinismo e pessimismo que tantas vezes deprimem e desfiguram a vida adulta” (R. V. G. Tasker).
Precisamos lembrar constantemente dos nossos deveres como comunidade, não podemos nos esquecer o negligenciar o cuidado dos pequenos, inclusive das crianças que requerem atenção maior. Temos a responsabilidade de instruí-las nos caminhos do nosso Senhor.
“(por meio de Jesus Cristo) temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós” Efésios 1:7-8
Jesus é a boa notícia de Deus para a humanidade. Não estamos mais a nossa própria mercê, mas Cristo proveu vida a todos nós que andávamos distantes do Criador. Em Jesus Cristo gozamos redenção, um caminho de volta à comunhão com o Pai.
Porém o preço pago por Jesus foi alto, Ele tomou sobre si as nossas ofensas e assim satisfez a ira de Deus pelos nossos pecados. Jesus tornou-se a oferta perfeita, Aquele que não tem pecado se fez pecado por nós na cruz.
·O sacrifício de Jesus foi voluntário, Ele doou sua vida por nossa causa.
·O sacrifício de Jesus foi substitutivo, Ele se entregou em nosso lugar pelos nossos pecados.
·O sacrifício de Jesus foi suficiente, Ele fez isso uma vez por todas quando a si mesmo se entregou.
Por tudo isso nós somos justificados nEle, somos tornados justos em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador.
No dia 30 de maio de 2010, 15 adolescentes de nossa comunidade testemunharam publicamente compreender essa verdade e professaram a fé no Senhor Jesus Cristo.
Vejam alguns desses testemunhos que fortalecem a nossa fé e renovam a esperança:
“E por isto eu quero professar a minha fé, pois reconheço que sou pecadora e que o único Salvador é Jesus Cristo.”
“O meu interesse em participar da classe de catecúmenos, se deve pelo fato de eu sentir necessidade e vontade de conhecer mais a Deus, e de mostrar não só para a Igreja, mas também para a sociedade, que Deus habita em mim, que sou cristã e que Ele é o melhor caminho a ser seguido, porém não é o mais fácil. Foi a partir dessas aulas, desses encontros/esclarecimentos que eu passei a entender mais sobre a proposta de Deus para o homem e o quão bom Ele é para aqueles que nele crêem. Ficando claro para mim que é ao reino de Deus que eu quero pertencer e que Ele é o único Senhor, Salvador.”
“Eu nasci na igreja e fui batizado quando ainda era um bebê. Meus pais me criaram na igreja, como prometeram, e não tenho nada que reclamar de minha criação/educação, só agradecer. Decidi então, que eu creio em Deus, creio no sacrifício de Cristo, e desejo adotar a fé dos meus pais para mim, desejo professar publicamente a minha fé... consegui entender um pouco de como sou falho e pecador, e ainda, orgulhoso”
“eu quero mesmo professar em público essa fé que agora também é minha e não só dos meus pais, e se for preciso, sofrer por causa dela”
Infelizmente a rejeição aos princípios bíblicos que norteiam o comportamento sexual do homem e da mulher é cada vez mais presente em nossa geração. Em busca de uma aprovação do comportamento moderno e uma reconstrução da moral sexual, apela-se para uma renovação da mentalidade cristã. Pede-se uma releitura da fé através da interpretação das Escrituras a partir das nossas experiências pessoais e uma conseqüente flexibilização das doutrinas, que se ajustem a mentalidade do século XXI.
A verdade é que a fé cristã cada vez torna-se mais agressiva ao comportamento moderno. Três fenômenos em nossa sociedade têm contribuído para essa cosmovisão anti-Deus, anti-Absoluto, anti-Verdade.
I. Divórcio da vida com a fé – o nosso cotidiano não suporta a fé cristã. Existe uma clara separação do homem em vida sagrada e vida secular, ou vida na igreja e fora dela. Parece que essa divisão do homem é imprescindível nos dias atuais. Justificamos dizendo que a ciência e a religião não se entendem, que a fé é inimiga da razão, ou ainda, que a religião apenas oprime e a felicidade está fora dela.
II. Divórcio do corpo com o espírito – o discurso do “não tem nada a ver” toma proporções monstruosas. Somos constantemente incentivados a realizar nossas vontades, a satisfazer nossos instintos, pois aí está a liberdade e a felicidade. Os valores morais cada vez mais se distanciam da prática diária, e a nossa defesa segue duas vertentes, ou dizemos que ‘não tem nada a ver’ ou rebaixamos nossos valores, dois modelos populares de justificar a imoralidade.
III. Distanciamento do Criador – a mídia cada vez mais erotizada obscurece o entendimento, cauteriza a mente e propõe uma reconstrução da moral, ou de um comportamento amoral. O homem se enxerga a partir de si mesmo e sua vontade é o termômetro do que é bom, e quanto mais nos fartamos de nossas concupiscências, mais nos tornamos lascivo e mais difícil é localizar o Porto Seguro. Refiro-me a Deus como Porto Seguro, a Verdade imutável, que traz sobriedade para a vida.
A proposta cristã de uma moralidade sexual tem como referencial o Eterno e não o efêmero, ela diz que o doador da vida compreende o valor da mesma. Se há valor, logo há dignidade e, por conseguinte, há propósito.
Lembremos da exortação das Escrituras: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2