“O Reino do Céu é também como um comerciante que anda procurando pérolas finas. Quando encontra uma pérola que é mesmo de grande valor, ele vai, vende tudo o que tem e compra a pérola.” Mt 13:45-46
Como um comerciante ávido por encontrar a pérola mais preciosa, tal qual, Jesus compara o cristão, ou melhor, o cidadão do reino de Deus. É àquele que de alguma forma tem contato com o Evangelho, e não o despreza, mas antes identifica o seu valor.
Esse homem sábio compreende que a mensagem do Evangelho confronta a sua pecaminosidade, traz luz as trevas que o rodeia, e o justifica. Não ignora o seu estado, mas o perdoa. Restaura sua dignidade, como criatura redimida.
Em certo sentido, a descoberta do comerciante traz fim à sua busca, significado à sua existência. O mesmo pode-se relacionar ao homem convertido à Cristo, ele encontra paz de espírito e plenitude de vida, a sua existência volta a ter significado completo, pois agora ele vive reconciliado com Deus.
Os nossos dias modernos destacam a liberdade individual do ser humano, como mestre de seus atos e destino. Apresenta o homem como um ser autônomo de Deus, e por isso livre, no qual a existência precede a essência. Essa situação o leva ao desconforto consigo mesmo e o mundo, ao perceber o absurdo da vida desprovida de seu propósito. E o pior é quando o indivíduo a aceita e procura se contentar com este estado caótico, ignorando sua insatisfação. Alguns neste estado chegam a concluir que “o inferno são os outros (o próximo)”* ou “que Deus morreu”**, num desespero sem solução ao homem, confundido liberdade com auto-suficiência.
A pérola nos lembra do valor inestimável do reino de Deus e a necessidade de sacrificar tudo o que for preciso para entrar nele, a grandeza do seu valor excede tudo o resto que conhecemos.
Podemos concluir que a vida no reino de Deus nos leva a compreensão de que morremos para os padrões deste mundo, pois encontramos em Cristo uma nova realidade de vida, muito superior. Como disse o apóstolo Paulo: Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gálatas 2:20).
*Paul Satre (filósofo francês existencialista)
**Friederich Nietzsche (filósofo alemão niilista)
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